O fim do racionamento em Erechim, no norte do Estado, acaba com uma angústia que se estendeu por 10 dias. Durante todo esse período, os 93 mil moradores da cidade conviveram com a escassez da água e tiveram de inventar maneiras mirabolantes para estocar o produto.
Na tarde de ontem, a faxineira Luciana de Moura, 31 anos, começava a recolher os baldes e bacias que estavam espalhados pela casa. Desde o dia 4, quando o racionamento foi determinado, a jovem teve de mudar a rotina para aproveitar os horários em que a água escorria das torneiras.
– Juntava o que podia em garrafas, baldes e até na maquina de lavar roupa. Banho só de balde – contou.
Com a medida, a zona urbana de Erechim foi dividida em duas partes. Cada uma delas recebia 14 horas de água por dia. Na manhã de ontem, depois de 113 milímetros de precipitação, a barragem que abastece a cidade já começou a encher (na tarde de ontem, estava 2,2 metros abaixo de seu nível normal, condições melhores do que as verificadas no início da semana, quando estava 3,5 metros abaixo do normal).
– Essas chuvas dos últimos dias foram decisivas para o fim do racionamento – disse Flávio Perin, gerente da unidade local da Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan).
A chuva precisa se repetir nos próximos dias para que a média histórica de maio no município, que é de 140 milímetros, seja atingida.
(Zero Hora, 15/05/2009)