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poluição marítima proteção da vida marinha
2009-05-15

Mudanças climáticas, pesca e navegação comercial encabeçam a lista de ameaças

Ben Halpern, um ecologista marinho no Centro Nacional para Análise e Síntese Ecológicas (National Center for Ecological Analysis and Synthesis = NCEAS) na Universidade da Califórnia em Santa Barbara, declarou: "Cada ponto do oce­ano ao longo da Costa Oeste é afetado por entre 10 a 15 atividades humanas diferentes, anual­mente". Em um estudo de dois anos para documentar as maneiras com que os humanos estão afetando o oceano nessa região, Halpern e seus colegas sobrepuseram dados sobre as localizações e a intensidade de 25 fontes de estresse ecológico, geradas por atividades humanas, que incluiam mudanças climáticas, navegação comercial e pesca recreativa, fontes de poluição com base em terra e atividades comerciais com base no oceano.

Com as informações, eles produziram um mapa composto dos ecossistemas marinhos da Costa Oeste. O trabalho foi publicado online nesta segunda (11/05) na revista Conservation Letters e foi realizado no NCEAS, que é financiado principalmente pela Divisão de Biologia Ambiental da NSF. Phillip Taylor, chefe de seção na Divisão de Ciências Oceânicas da NSF, disse: "Essa importante análise da geografia e da magnitude dos estressantes com base em terra deve auxiliar a focalizar a atenção nos pontos críticos onde são necessários um gerenciamento coordenado das terras e das atividades oceâ­nicas".

Os principais cientistas deste estudo conduziram uma análise similar em escala global, cujos resultados foram publicados no ano passado na Science. Refinando os métodos usados no estudo global e os aplicando em escala regio­nal, os cientistas puderam avaliar quão bem os resultados previam a saúde do oceano em nível regional. "Descobrimos dois resultados notáveis e inesperados nesta pesquisa", disse Halpern.

"O gerenciamento do oceano precisa deixar de ser um gerenciamento de um único setor e passar a ser um gerenciamento compreensivo com base em ecossistemas, se queremos que ele seja eficaz na proteção e manu­tenção da saúde do oceano". "Igualmente, os resultados globais para essa região fica­ram altamente correlacionados com os resultados regio­nais, o que sugere que os resultados globais podem for­necer um guia valioso para os esforços regionais por todo o mundo". Os resultados do estudo mostram que os pontos críticos de impacto cumulativo ficam nas áreas costeiras próximas a centros urbanos e bacias de drenagem altamente poluídas.

Fases da pesquisa
A pesquisa foi um processo com quatro etapas. Na primeira, os cientistas recolheram informações para quantificar e comparar como as diferentes atividades humanas afetavam cada ecossistema marinho. Por exemplo, constatou-se que eflúvios de fertilizantes tinham um grande efeito sobre manguezais salgados, mas tinham um impacto muito menor sobre recifes rochosos. Então, os pesquisadores recolheram e processaram dados sobre ecossistemas marinhos e as influências humanas.

A seguir, eles combinaram os dados dos dois primeiros passos para estabelecer "escores de impacto humano" para cada ponto ao longo da Costa Oeste. Finalmente, eles compararam os resultados regionais com os resultados globais para as mesmas áreas, tirados das análises anteriores. O biólogo e co-autor do artigo, Kim Selkoe, também do NCEAS, disse: "Comparar a versão global do mapa às versões em escala regional nos permite verificar onde eles se saem melhor".

"A alta correlação é uma boa notícia para os gestores ambientais marinhos nas áreas do mundo que podem necessitar de mapas de impacto humano, mas não têm os recursos para realizar suas próprias análises". O estudo fornece informações críticas para a avaliação de onde certas atividades podem prosseguir com pouco efeito sobre o oceano e onde outras atividades podem ter que cessar ou serem deslocadas para áreas menos sensí­veis, segundo Taylor.

Na medida em que o gerenciamento e a consevação dos oceanos se volta na direção da criação de áreas marítimas de proteção ambiental, o gerenciamento com base em ecossistemas e o zoneamento oceânico para contrabalançar as influências das atividades humanas, tais informações podem se provar inestimáveis para os gestores e os responsáveis pelas políticas, afirma Halpern. "Os resultados são um toque de alerta", disse ele. "Nós estamos afetando significativamente os oceanos".

(Por João Carlos, Chi vó, non pó, 11/05/2009)


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