Cerca de 200 quilombolas invadiram nesta quarta-feira (13/05) a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em Vitória, para protestar pela demarcação de terras de remanescentes de quilombos no norte do Espírito Santo. O ato marca os 121 anos da assinatura da Lei Áurea, que pôs fim à escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888.
Segundo a Comissão Quilombola do Sapê do Norte, que reúne 32 comunidades remanescentes de quilombos nos municípios de Conceição da Barra e São Mateus, apenas quatro comunidades possuem processos de reconhecimento em andamento. Nenhuma território quilombola do Estado recebeu título de posse da terra. "Nós queremos que o Incra acelere os processos parados desde o ano passado", disse Luzinete Brandino, que integra a comissão.
De acordo com o superintendente do Incra no Estado, Gerônimo Brumatti, cinco comunidades quilombolas têm processos de titulação de terra em andamento. Brumatti afirmou que cada processo está em uma fase diferente. "Há comunidades que estão no início da elaboração de relatório e outras que aguardam publicação de portaria."
"Nós temos algumas carências de profissionais para agilizar esse trabalho, mas está caminhando", completou. Os quilombolas afirmaram que pretendiam passar a noite acampados na sede do órgão. Eles devem ser recebidos pelo superintendente nesta quinta-feira (14).
(Por Cíntia Acayaba, Folha Online, 13/05/2009)