Para diminuir esse prejuízo, duas ações são fundamentais: conscientizar o consumidor e aumentar nossa eficiência energética
O desperdício de energia elétrica é um grande problema brasileiro. De acordo com estimativas do Programa Nacional de Conservação de Energia (Procel), cerca de 10% da energia gerada no país são desperdiçados pelos consumidores. Isso significa uma perda de R$ 9,7 bilhões ao ano, ou o equivalente, em megawatts, ao consumo anual das residências das regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste.
Quer mais? Pois o Brasil poderia economizar 60 mil gigawatts ao ano (mais da metade do consumo anual do México) se melhorasse sua eficiência energética em apenas 10%. Segundo estimativas de especialistas, essa ação demandaria aportes de US$ 6,7 bilhões, aplicados pelos consumidores e pelas empresas na aquisição, principalmente, de lâmpadas e motores elétricos mais eficientes. Caso a ação não seja adotada, a conta passa a ser de US$ 21,5 bilhões. Os números acima fazem parte de um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) divulgado no final do ano passado.
O impacto que somente os motores elétricos têm sobre a demanda mundial é enorme. Segundo pesquisas de uma das maiores fabricantes desse produto, a Asea Brown Bovery (ABB), o equipamento é responsável por cerca de 50% da demanda de energia elétrica no mundo todo. “Quando esse comparativo é feito apenas no consumo industrial, o índice salta para 65%”, explica o gerente de produtos de automação da empresa, Cláudio Puga.
Esse cenário anima muito o setor das empresas que trabalham para promover um melhor uso da energia. Segundo a diretora executiva da Associação Brasileira das Empresas de Conservação de Energia (Abesco), Maria Cecília Amaral, a entidade já vem notando que o mercado para as empresas que cuidam desse setor cresce sistematicamente a um índice de 23% ao ano. De acordo com Maria Cecília, o setor fechou 2008 com um faturamento de R$ 800 milhões. “São valores ainda muito distantes do que nós sabemos que pode ser alcançado no Brasil. Mas é um começo. Estimamos o mercado de eficiência energética em cerca de R$ 11 bilhões”, explica.
(Planeta Inteligente, 13/05/2009)