Apesar de ter descartado publicamente a instalação de uma estação de tratamento de esgotos nas margens do rio Veríssimo, junto ao manguezal de Ratones, a Casan tenta obter licença para a obra junto a Fatma. A revelação foi feita nesta segunda (11/05) pelo secretário regional de Desenvolvimento da Grande Florianópolis, Valter Gallina, durante reunião com os moradores da Barra do Sambaqui, articulada pelo conselho comunitário local.
Gallina chegou acompanhado do vereador Edinon Manoel da Rosa Dinho (PSB) e ouviu uma série de reivindicações. Ao tomar conhecimento da falta de esclarecimentos oficiais da Casan a respeito da ETE na Barra do Sambaqui, o secretário telefonou imediatamente para o presidente da Fatma, Murilo Flores, antes de falar sobre o tema. “Acabo de saber que não foi dado o licenciamento ambiental” para a estação, informou Gallina aos moradores presentes no salão da Capela de São Sebastião.
Informado que a alteração do projeto original havia sido confirmada pelo diretor Operacional Cezar de Luca, durante reunião com a comunidade, posição reafirmada em audiência pública da Câmara Municipal no Ribeirão da Ilha, o secretário pediu mais tempo para verificar o que está acontecendo. “Vou chamar novamente os representantes da Casan e da Fatma para esclarecer tudo isso. E vocês vão ter uma resposta oficial sobre o que vai ou não ser feito”, garantiu.
Outra reivindicação levada ao titular da SDR da região da Capital foi a de cessão para a comunidade do imóvel da antiga escola isolada de Sambaqui. A idéia é que o espaço seja usado pelo Conselho Comunitário da Barra do Sambaqui e o bloco Engenho de Dentro. Uma unidade de educação de adultos pode ser instalada no local. “Vamos verificar com a Prefeitura a possibilidade de uma parceria. Não posso dar certeza, mas o Estado não se opõe a cessão de uso do imóvel”.
Gallina também se comprometeu a procurar o prefeito Dário Berger para estimular a liberação de uma área de lazer para a comunidade de Barra do Sambaqui. O imóvel é o mesmo sobre o qual a Casan pretende construir uma ETE, mas que pertence a uma família local. “Uma situação depende da outra”, acentuou o secretário. Garantiu que a Barra de Sambaqui está a um passo da conquista de uma área de lazer, sobretudo um campo de futebol para o clube Santa Cruz.
(Por Celso Martins, Sambaqui na rede, 12/05/2009)