No Pará, os índios Tembé e a empresa norte-americana C-Trade pretendem fechar uma parceria para que a área da reserva Alto Rio Guamá conservada pelos indígenas seja incluída no mercado de carbono. O acordo ainda não está definido, mas a oferta, segundo apurou o jornal Folha de S. Paulo, garantiria 85% do dinheiro para os Tembés.
A parceria está sendo acompanhada pela Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministério Público Federal no Pará e pela Universidade Federal do Pará (UFPA). A discussão é para definir como serão geridos os recursos, evitando que haja um enriquecimento por parte dos indígenas. O objetivo é que parte do dinheiro seja investida em ações já em andamento como a produção de mel.
Atualmente a maior parte dos indígenas não possui nenhum tipo de renda. Com a parceria os repasses à tribo poderiam ultrapassar R$ 1 milhão por ano, que seria dividido pelas 700 famílias da reserva. A área acordada é de 69 mil hectares, no total a reserva possui 279,8 hectares. Serão realizadas análises periódicas para avaliar o quanto foi desmatado para que os valores sejam diminuídos ou aumentados pelas áreas preservadas.
O mercado de carbono chamado de "regular", atrelado ao Protocolo de Kyoto não aceita a comercialização de créditos gerados pela preservação das florestas. O assunto divide os especialistas, principalmente no caso do Brasil, onde o governo federal defende que a quantidade de mata preservada no país é tão grande que permitiria que as empresas aumentassem a poluição. O assunto voltará a ser debatido durante a Conferência do Clima, em Copenhague, na Suíça.
(Amazonia.org.br, 12/05/2009)