(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
desmatamento da amazônia desenvolvimento da amazônia Indígenas da Amazônia
2009-05-13

A ausência de um plano de desenvolvimento do governo federal para a região amazônica foi abordada em conferência de imprensa realizada na USP, no último sábado (09/05), no primeiro encontro do projeto Repórter do Futuro, que contou com três palestrantes: o professor Wanderley Messias da Costa, titular do Departamento de Geografia da USP, o jornalista Washington Novaes e o general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, 7º Subchefe do Estado Maior do Exército.

Ao discutir a Amazônia, os três palestrantes ressaltaram os problemas da região, abordando especialmente a falta de um plano estratégico. "O governo teve entre a década de 60 e 70 a oportunidade de fazer um projeto e não fez", argumentou o general Villas Bôas ao iniciar sua apresentação. Segundo ele, o projeto amazônico a ser criado precisa ter quatro dimensões: humana, ambiental, econômica e científica-tecnológica.

Além disso, é necessário que as particularidades de cada região sejam consideradas. O general comparou o Pará, que possui alto desmatamento porque o setor mais desenvolvido é o primário extrativista, ao Amazonas, que apresenta melhor conservação e tem, por exemplo, a Zona Franca de Manaus, que cria 400 mil empregos diretos e indiretos. É preciso criar alternativas para que o desmatamento não seja a única, afirmou Villas Bôas. 

Ações integradas 
O que nós queremos da Amazônia? A resposta desta pergunta também deve ser estendida aos outros países da qual a Gran-Amazônia faz parte (Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela). A necessidade de uma política integrada de ações de preservação e colaboração conjunta entre os países é essencial. O professor Wanderley Messias da Costa citou como exemplos de integração o Mercosul, a Iniciativa para a Integração da Infra-Estrutura Regional Sul-Americana (IIRSA) e ainda a recente União das Nações Sul-Americanas (Unasul), criada em 2007. As instituições, porém, não compreendem todas as necessidades dos conflitos na Amazônia.

Questionado sobre a política de integração brasileira, o general Villas Bôas admitiu que as iniciativas realizadas não surtiram efeitos concretos. "Do ponto de vista internacional, até agora as ações são rarefeitas", observa. Ele acrescentou a importância de expandir os projetos conjuntos, iniciando pela unificação das legislações ambiental e indígena desses países.

Do ponto de vista internacional, e frente às limitações, Wanderley Costa defende que o Brasil é o país da região que tem a melhor legislação e uma discussão iniciada sobre o que fazer. "Porque, por exemplo, na Bolívia, Equador o desmatamento é menor? Porque a política para a região amazônica é deixar como está, já que são regiões de presença quase que puramente indígena", aponta o professor. 

Presença indígena   
"Porque não discutimos o modo como os indígenas vivem?", questionou o jornalista Washington Novaes aos estudantes do Repórter do Futuro. Sobre a demarcação de reserva indígena em áreas de fronteira, o jornalista comentou que desconhece – em 40 anos de profissão – denúncias de que os índios tivessem em algum momento facilitado invasões internacionais ou colaborado com qualquer ameaça à soberania nacional.

Pouco depois, o conflito ideológico sobre a questão indígena brasileira ficou evidente. O general Villas Bôas mostrou uma imagem de indígenas ianomâmis para expor o problema das demarcações e argumentou: "Esses índios brasileiros são os que devem estar mais atrasados do ponto de vista de evolução de conhecimento e tecnologia, estão no nível do paleolítico".

Ele também demonstrou, por outro lado, que a ausência de presença de poder potencializa e causa conflitos. Além disso, existem populações que não são indígenas que estão abandonadas, sem qualquer condição de exercer cidadania. "Não há como conter desmatamento, garimpo ilegal, e outros problemas sem medidas pró-ativas...essas populações não têm água, luz, esgoto, transporte, acesso à saúde", explica o general.

(Por Juliana Dal Piva, com edição de Rodrigo Brüning Schmitt, Ambiente JÁ, 12/05/2009)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -