Sem grande potencial hidrelétrico a ser explorado, o Estado do Espírito Santo quer começar a atrair mais intensamente projetos de geração termelétrica e eólica para seu território. As usinas termelétricas têm recebido incentivos fiscais para se instalar no estado, que se aproveita ainda da proximidade com os poços de gás natural da Petrobras. Mais recentemente o governo finalizou, em parceria com a EDP Energias do Brasil, o atlas eólico do estado.

O secretário de desenvolvimento do Espírito Santo, Guilherme Dias, diz que o atlas capixaba revelou um potencial de geração eólica de quatro gigawatts. Além disso, os mares do estado também tem uma capacidade alta de geração, de até 6 gigawatts. Mas Dias sabe que é preciso agora fazer estudos de viabilidade econômica e financeira, mas mesmo assim acredita que já é possível ter alguns projetos, de até 300 MW, sendo oferecidos no primeiro leilão de energia eólica promovido pelo governo federal e que acontece no dia 25 de novembro. Fora a EDP que fez o estudo junto com o governo estadual, outros investidores teriam que correr já que se encerra no próximo dia 29 as inscrições para o leilão.

De qualquer forma, Dias diz que o projeto do Espírito Santo é de atrair investimentos no longo prazo. Para as usinas termelétricas, por exemplo, o governo concede hoje uma redução de ICMS para aqueles que se instalam no estado. Duas usinas estão em construção e juntas vão requerer investimentos superiores a R$ 700 milhões. Além disso, outras quatro já foram vendidas no leilão de energia nova realizado no ano passado. "Mas as usinas também têm o atrativo da produção de gás natural", diz Guilherme Dias. "A produção da Petrobras vai saltar de oito milhões de metros cúbicos para 20 milhões de metros cúbicos ao dia".

A demanda de energia elétrica hoje no Espírito Santo é de 2.200 MW médios e produz metade do que consome. Para Dias, é importante ser exportador de energia, para inclusive dar mais segurança na distribuição da energia para as indústrias locais.

(Por Josette Goulart, Valor Econômico, 12/05/2009)