Ação na Floresta do Bom Futuro está prevista para a próxima semana. Ministro do Meio Ambiente afirma que não haverá demolições
A desocupação da Floresta Nacional do Bom Futuro, em Rondônia, será feita de forma pacífica, afirmou nesta segunda-feira (11/05) o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, em nota oficial divulgada pela assessoria do ministério. O governo começará a agir na região na próxima semana. Segundo o ministro, “nenhuma casa, estabelecimento comercial, escola ou igreja será demolida.” A declaração de Minc é resposta ao crescente clima de tensão na região. Desde que se começou a cogitar a desocupação da floresta, ocupada por milhares de pessoas, há boatos de que a retirada das famílias será feita de forma violenta. Segundo o ministro, essas informações partem dos grandes proprietários, que têm interesse em permanecer na reserva criando “bois piratas”.
No documento divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), o chefe da pasta também discorda da proposta do governador de Rondônia, Ivo Cassol, que quer assumir o controle de Bom Futuro em troca do alagamento da Reserva Estadual do Rio Vermelho, que será causado pela construção da hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira.
“Precisamos colocar um fim ao desmatamento, reflorestar e recuperar o que foi arrasado. E isso só será possível com a União, o Estado de Rondônia e o município de Porto Velho assumindo suas responsabilidades”, disse Minc. A Floresta do Bom Futuro fica ao sul da capital de Rondônia. Criada em 1988, a reserva já perdeu cerca de 25% de sua cobertura vegetal, segundo o MMA. Hoje, cerca de 3 mil pessoas moram no local, onde são criadas 35 mil cabeças de gado.
(Globo Amazônia, 11/05/2009)