Com a água chegando até as torneiras de Inhacorá, no noroeste do Estado, somente durante cinco horas por dia, a população se dividiu no apoio ao primeiro dia de paralisação dos serviços públicos da prefeitura.
A medida, realizada em conjunto com outros 20 municípios da região, vai até sexta-feira com a intenção de chamar a atenção do governo federal para as dificuldades da estiagem.
A prefeitura não atendeu ontem, mas o posto de saúde funcionou de forma normal, a exemplo da coleta de lixo. Na área rural, ainda não houve a realização de obras para distribuição de água. A única operação foi a abertura de um poço artesiano, feito por máquinas do governo, que depois seguiram para Alecrim.
– Não sei do que adianta paralisar as atividades se não está sendo feito nada no interior. A situação está difícil é no campo. Precisamos de chuva urgentemente – disse o agricultor Adriano Postai, 40 anos, contrário à paralisação.
Proprietário de um posto de combustível no centro da cidade, João Avelino Zimermann, 43 anos, apoia a medida da prefeitura, apesar de sentir duplamente os prejuízos da seca. Além do aumento do número de cheques devolvidos nas últimas semanas, ele teve de cancelar a lavagem de carros em razão do racionamento de água na cidade. Por semana, tirava cerca de R$ 200 na limpeza de veículos.
(Zero Hora, 12/05/2009)