A administração Obama decidiu na sexta-feira (08/05) manter a política do ex-presidente George W. Bush que recusa o uso do Ato de Espécies Ameaçadas para lidar com o principal risco a vida dos ursos polares, o aquecimento global. Os ursos polares continuarão a ser listados como “ameaçados”, mas, segundo o San Franscico Gate, os oficiais federais alegam que o Ato, de 1973, não pode ser aplicado às mudanças climáticas, pois a fonte do problema é global.
“O Ato de Espécies Ameaçadas não é o mecanismo apropriado para controlar as emissões de carbono do país. Ao invés, precisamos de uma estratégia energética e climática que reduza as mudanças climáticas e os seus impactos, incluindo a perda de gelo marinho. Tanto o Presidente Obama quanto eu estamos comprometidos em alcançar este objetivo”, disse o secretário do interior, Ken Salazar, ao anunciar que a regra de Bush continuaria. Salazar também afirmou que o monitoramento do urso polar também seguiria.
A atitude do governo decepcionou ambientalistas e alguns representantes do Congresso. O Greenpeace protestou na sexta-feira, com dois manifestantes vestidos de urso em frente ao Departamento do Interior. A questão era um “teste para a administração Obama... que falhou miseravelmente”, comentou um dos manifestantes ao Christian Science Monitor. A senadora Barbara Boxer, que preside o Comitê de Meio Ambiente e Serviços Públicos, também discordou do ato. “O monitoramento da situação não nos dirá mais do que já sabemos, que o uso polar está ameaçado e precisamos agir”, ressaltou ela, de acordo com a Reuters.
A instituição científica Pesquisa Geológica dos Estados Unidos alega que dois terços dos ursos polares do mundo (cerca de 16 mil) podem desaparecer até 2050 se as previsões sobre o degelo se confirmarem, pois eles dependem das plataformas de gelo para caçar.
(Por Fernanda B Muller, CarbonoBrasil, 11/05/2009)