Minha família toda mora no RS e parte em SC. Sete secas em 10 anos já é sinal de mudança climática grave numa região do país onde a produção agrícola movimenta a economia. Isso é coisa de menos de 15 anos (neste corte de tempo chegaremos, seguramente, a 10 ou 11 estiagens.
Sinal de catástrofe ambiental e, por consequência, econômica e social, que não pode ser vista dissociada das enchentes no litoral de SC e, incrível, no Nordeste (!), depois de termos presenciado seca nos rios da Amazônia (dentre os quais o Rio Uruguai iria figurar com um igarapé).Acredito que as causas estejam para além da La Niña (o fenômeno não é tão recente)..O que dizem os órgãos ambientais sobre a periodicidade das secas (e das enchentes), já que não são fato isolado? Por que não tirar do tabu o desertos que estão se formando no RS? Só debate franco poderá tirar o RS da desertificação (seja verde, seja vermelha) e da miséria.
Para onde irão os produtores de grãos - de exploração intensiva que beira a predatória - quando o clima e o solo não permitirem a produção? O subsídio à produção agrícola será transformado em cestas básicas? Ou serão abertas novas fronteiras na Amazônia para agravar mais o desmatamento e a falta de chuvas no sul e sudeste do país?Acredito que o setor agronegócio chegou a um ponto crucial para sua subsistência e de toda a economia periférica. Sizan Luiz, Santa Rosa, RS.
(Blog do Políbio Braga, 11/05/2009)