Uma nova pesquisa divulgada no Reino Unido sugere que a quantidade de sal na água do mar está variando em resposta direta às mudanças climáticas causadas pelo homem. O pesquisador Peter Scott, chefe de monitoração climática do MetOffice em Exeter, Inglaterra, chegou a essa conclusão depois de analisar dados dos últimos 50 anos do Oceano Atlântico. Comparando esses dados com modelos climáticos de outros pesquisadores, Scott percebeu que partes do Atlântico Norte estão mais ‘salgadas’ como conseqüência da ação humana no clima.
Nesse último meio século, a região subtropical do Atlântico estaria ficando gradualmente mais salgada, menos de 1% em termos reais, mas com um efeito nada insignificante. “Pode soar como uma pequena mudança, mas de uma maneira geral a salinidade era relativamente constante. Essa subida é bastante preocupante e pode significar a alteração do ciclo de chuvas do planeta”, revela Scott.
O pesquisador sugere que com o aquecimento global, as altas temperaturas aumentam a evaporação das zonas subtropicais e como conseqüência dos ventos há mais chuva nas regiões tropicais. Em reflexo, nas regiões mais próximas dos pólos, há falta de chuva e um dos efeitos disso é um oceano mais salgado.
O nível de salinidade é ainda importante porque, junto com a temperatura, ele afeta diretamente a densidade da água, influenciando assim a circulação de correntes marinhas. Além disso, a salinidade está intimamente ligada com todo o ciclo da água no planeta, já que afeta quanta água evapora dos oceanos.
(Por Fabiano Ávila, ScienceDaily / CarbonoBrasil, 08/05/2009)