Os presidentes Lula e Lugo esperam conseguir avanços em nova reunião, marcada para entre 10 e 15 de junho
Não foi ainda desta vez. Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Paraguai, Fernando Lugo, disseram nesta sexta (08/05), na Base Aérea de Brasília, que não alcançaram um acordo sobre as questões relacionadas à hidrelétrica binacional de Itaipu e o restante do pacote oferecido pelo governo brasileiro ao paraguaio.
Lugo anunciou que, entre os dias 10 e 15 de junho, haverá uma reunião em Assunção, capital paraguaia, de ministros das áreas de energia e de relações exteriores, para ainda tentar um acordo a ser assinado pelos dois chefes de Estado durante a cúpula do Mercosul, prevista também para o mês que vem, em Assunção. Lugo frisou, entretanto, que o Paraguai “não renunciou a nenhuma de suas reivindicações”, em referência às demandas em torno da usina.
O Paraguai quer obter do Brasil a liberação da venda de sua cota da energia gerada por Itaipu a outros países – Chile, Argentina, Uruguai e Bolívia têm interesse. Também exige que o preço da energia vendida ao Brasil seja o de mercado – e não aquele negociado com a Eletrobrás. Outro ponto de tensão diz respeito à dívida de Itaipu com a Eletrobrás e com o Tesouro Nacional. Lugo ressaltou que a reunião com Lula foi marcada pelo respeito mútuo e que foram abordados todos os temas da relação bilateral.
Lula também enfatizou que o encontro foi “produtivo”, apesar de não ter resultado em acordo. Destacou que a equipe brasileira deixou claro ao governo paraguaio que pretende ajudá-lo em todas as áreas, a começar pela questão agrária, que afeta cerca de 400 mil brasileiros e descendentes – os chamados brasiguaios. Lula afirmou ainda que a questão de Itaipu foi tratada, embora os presidentes não tenham discutido detalhes técnicos, como o preço da energia e a dívida.
– Há como avançar neste tema, que é sensível no Brasil e no Paraguai. Não há tema que não possa ser discutido entre nós – disse Lula.
Os dois presidente também inauguram ontem o Trem do Pantanal. A ferrovia de 220 quilômetros liga Campo Grande a Miranda, no Mato Grosso do Sul.
(Zero Hora, 09/05/2009)