Preservação da vida selvagem na ilha está sendo prejudicada por uma crise política, informa estudo
Cientistas encontraram mais de 200 novas espécies de sapos em Madagáscar. No entanto, essas novas espécies estão sendo prejudicadas por uma crise política que impede a conservação da vida selvagem na ilha, apresentou um estudo nesta quarta-feira (06/05). A descoberta, que praticamente dobrou o número de anfíbios conhecidos em Madagáscar, ilustra o quanto as riquezas naturais têm sido subestimadas na região, que movimenta cerca de US$ 390 milhões por ano em turismo.
No entanto, meses de instabilidade, que culminaram em uma troca de governo depois de protestos da população, comprometeram a conservação das espécies selvagens da região. "A instabilidade política está permitindo o desmatamento da floresta dos parques nacionais, gerando muita incerteza sobre o futuro da rede já planejada de áreas protegidas", disse David Vieites, pesquisador do Spanish National Natural Sciences Museum.
A quarta maior ilha do mundo, conhecida por suas criaturas exóticas como o lêmur e os sapos venenosos, é um dos pontos mais ricos em biodiversidade do mundo. Mais de 80% dos mamíferos em Madagáscar não são encontrados em nenhum outro lugar do mundo, enquanto quase todos os 217 anfíbios conhecidos anteriormente na região são considerados pelos cientistas como nativos.
"As pessoas pensam que conhecemos todos os animais e plantas vivos nesse planeta", disse Miguel Vences, professor da Technical University, "mas décadas de descobertas apenas começaram - a maior parte das formas de vida sobre a Terra ainda esperam por reconhecimento científico."
(Reuters / Estadao.com.br, 06/05/2009)