O fluxo de madeira ilegal pelas rodovias que ligam a Amazônia ao sul do país ficou mais uma vez evidenciado com o reforço na fiscalização na base do Ibama na rodovia BR-364 em Vilhena (RO), próximo ao limite com Mato Grosso. A estrada liga São Paulo ao Acre. Em quatro dias (entre 30 de abril e 3 de maio), agentes do Ibama, Polícia Federal e Policia Rodoviária Federal apreenderam 45 caminhões que tentavam passar com madeira ilegal no posto. Ao todo, ficaram retidos 806 metros cúbicos de madeira.
Antes o ponto contava apenas com agentes do Ibama e não funcionava permanentemente. Agora, 20 agentes do Ibama, 12 da Polícia Rodoviária Federal e 20 da Polícia Federal se revezam para controlar os veículos que passam pelo local 24 horas por dia. “Mesmo assim, não podemos parar todos os caminhões, pois formaria um congestionamento imenso”, informa o superintendente do Ibama no estado, César Guimarães.
O trabalho conjunto com a polícia agiliza o encaminhamento criminal das apreensões, diz o supervisor. “A madeira fica retida até o julgamento”, explica. “A média de apreensão antes da reativação era de dois ou três caminhões por dia”, informa Guimarães. Segundo ele, antes do reforço de pessoal, os transportadores de madeira irregular esperavam os momentos de ausência dos fiscais para atravessar para Mato Grosso.
O maior rigor na base de Vilhena, parte da operação “Portal da Amazônia” é um projeto-piloto para outros oito pontos de controle que o Ibama vai implantar para controlar o tráfico de madeira ilegal oriunda da Amazônia. Na base de Vilhena, a fiscalização reforçada não tem prazo para acabar. “Por pelo menos um ano vai continuar. Não há previsão de término”, informa Guimarães.
(Por Dennis Barbosa, Globo Amazônia, 05/05/2009)