Empresa pede auditorias técnicas 'de mais alto nível'. País alega que Odebrecht aumentou preço de obra de forma ilegal
A Construtora Norberto Odebrecht enviou comunicado à imprensa nesta terça-feira (05/05) rechaçando a postura do governo do Equador de entrar com um pedido de arbitragem contra a empresa brasileira pelo trabalho realizado na hidrelétrica San Francisco, na província de Tungurahua. Segundo a nota, a Odebrecht exige que se realizem "auditorias técnicas do mais alto nível, por não reconhecer a validade das acusações apresentadas." A empresa afirma ainda que, oportunamente, apresentará o resultado de um laudo técnico contratado junto a uma consultoria internacional.
Na segunda-feira, Jorge Glass, presidente do diretório do Fundo, entidade encarregada da gestão das empresas elétricas nacionais, confirmou à imprensa que havia entrado com uma ação de arbitragem contra a construtora no valor de US$ 250 milhões, como anunciou em abril. O Equador teria entrado com um pedido de arbitragem na Câmara de Comércio de Ambato, cidade ao sul de Quito, alegando que a Odebrecht aumentou de forma ilegal o preço da obra. O país vizinho estaria cobrando US$ 250 milhões da Odebrecht, com base numa auditagem feita na usina pela firma italiana Eletroconsult. Esse valor cobriria as perdas econômicas, o dinheiro gasto no conserto da usina e os juros, entre outros pontos.
Entenda o caso
A usina San Francisco foi construída pela Odebrecht e entrou em operação em junho de 2007. De acordo com a empresa brasileira, a obra foi concluída "dentro de todas as especificações contratuais e antecipando-se aos prazos previstos, conforme solicitado e aprovado pela Hidropastaza." A Odebrecht alega que, em 2008, quando surgiram problemas em San Francisco, "por fatores além do controle do consórcio", a concessionária Hidropastaza repeliu os esforços da empresa para solucionar os inconvenientes.
No ano passado, a usina ficou paralisada por cerca de três meses e outra parada de quatro meses estaria programada para setembro. No final do ano passado, o governo do Equador expulsou a Odebrecht do país, dizendo que a empresa não havia cumprido suas obrigações.
(G1, com informações da Agência Estado, 07/05/2009)