Com 6,5 mil famílias desabrigadas e mais de 5 mil casas com a estrutura comprometida, o município paraense de Altamira está entre os mais atingidos pela chuva que atinge as regiões Norte e Nordeste. "Em apenas três horas, choveu um volume de água equivalente ao que costumamos registrar ao longo de dois meses", informa a prefeita da cidade, Odileida Sampaio (PSDB). "A situação está complicada e afeta principalmente a população mais humilde e os comerciantes. Muitos deles perderam todas as suas mercadorias", disse Odileida. Segundo ela, os prejuízos ainda não foram calculados, mas foram bastante altos.
Altamira costuma registrar problermas com chuvas anualmente. "Geralmente, o Rio Xingu enche lentamente, mas este ano, a coisa aconteceu muito rápido. A sorte é que foi durante o dia porque se fosse à noite certamente teríamos muitas mortes", acrescentou a prefeita. Ela informou que o início da tragédia ocorreu entre as 2h do sábado de aleluia e as 10h do domingo de Páscoa. As famílias desabrigadas estão alojadas no Parque de Exposição da cidade. "É preocupante ver tantos adultos e crianças misturados e o risco que isso pode implicar. Por isso, a situação é de calamidade e requer uma ação rápida", afirmou Odileida.
De acordo com a prefeita, outro fator que evitou uma tragédia ainda maior em Altamira foi o desmoronamento de parte do concreto da ponte sobre o Igarapé Altamira. "Como a obra foi levada pela chuva, o acúmulo de água nas proximidades de outras residências foi evitado", acrescentou.
Uma comissão mista, formada por deputados federais e senadores do Pará, já visitou Altamira para verificar a situação. O deputado Paulo Rocha (PT-PA) ficou responsável por encaminhar um pedido de ajuda ao governo. Com 160 mil quilômetros quadrados, o município é o maior do mundo em extensão territorial. Apesar da tragédia, nenhuma morte foi registrada em decorrência da chuva.
(Por Pedro Peduzzi, Agência Brasil, 07/05/2009)