Defesa Civil calcula que a seca afeta cerca de 1 milhão de gaúchos
Subiu para 182 nesta quarta-feira o total de municípios que decretaram situação de emergência no Rio Grande do Sul por causa da estiagem. A falta de chuva afeta principalmente as regiões norte e noroeste do Estado. Segundo a Defesa Civil, entre a manhã e o final da tarde de hoje entraram na lista as cidades de Esmeralda, Nonoai, Coronel Barros, Sete de Setembro, Alto Alegre, Fontoura Xavier, Boa Vista do Buricá e Santiago.
O coordenador regional da Defesa Civil, Luis Fernando Santos Carlos, estima que cerca de 1 milhão de gaúchos são afetados pela seca. Os pequenos agricultores são os que registram os maiores prejuízos.
— O maior impacto é na bacia leiteira e no gado de corte. Com a falta de pasto, cai o peso e a produção dos animais. A safrinha do milho, que terminou em abril, tem quase 100% de prejuízo nas regiões mais afetadas — disse ele.
O coordenador acredita que o número de municípios em situação de emergência vai continuar aumentando até domingo, quando há expectativa de chuva para amenizar, em parte, os danos da estiagem:
— Mesmo chovendo, ainda há um prazo de cerca de 60 dias para que a pastagem se restabeleça. No entanto, se o inverno for rigoroso, com muito frio e geada, o problema será ainda maior. Boa parte dos produtores depende de pastagem nativa, que é bastante prejudicada no inverno — explica ele.
Santos Carlos destaca que cerca de um terço do total de 182 municípios decretou situação de emergência em função da falta de água para consumo humano e o restante por impacto na economia. Desde segunda-feira, Erechim, por exemplo, está racionando água para a população. A medida pode ser adotada por outras prefeituras.
A Defesa Civil já vistoriou cerca de cem municípios, mas tem dificuldade para atender a demanda, principalmente, em abril, mês que neste ano registrou o maior número de municípios em situação de emergência — o número total de abril ainda não foi contabilizado pelo órgão.
(Zero Hora, 06/05/2009)