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termelétricas a gás seca e estiagem
2009-05-06

O elevado nível de água nos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste não evitará a geração de energia a partir de termelétricas a gás nas duas regiões do país. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) pediu a geração de 1.800 MW médios de térmicas complementares a partir de maio no subsistema, o que elevará o total gerado por térmicas na região para 2.500 MW médios. O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, frisou que os níveis dos reservatórios das hidrelétricas não preocupam, mas explicou que, para atingir com segurança o nível meta de 40% em novembro, foi necessário pedir o despacho de energia de algumas térmicas.

Chipp disse que as unidades que entrarão em operação serão movidas a gás natural e não a óleo combustível, insumo mais caro e mais poluente. Antes de maio, a termelétrica Norte Fluminense já gerava cerca de 700 MW médios, mas neste caso o despacho é determinado por ordem de mérito, uma vez que a energia da unidade é mais barata que a média das térmicas. Os 2.500 MW médios que serão gerados estão garantidos pelos acordos fechados entre Petrobras e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que preveem a geração de até 4.200 MW médios de energia a partir do gás natural.

O ONS também pretende elevar a geração da termelétrica de Araucária e realizar medidas operacionais para aumentar o intercâmbio com o restante do país para disponibilizar mais energia para o subsistema da Região Sul, único dos quatro existentes no país em que o nível dos reservatórios das hidrelétricas está em níveis considerados baixos devido à seca da região. Atualmente, a média do nível dos reservatórios no Sul está em 38%. A seca na região levou a vazão dos rios locais a uma capacidade de gerar apenas 1.155 MW médios de energia, 17% da média histórica de 9 mil MW médios, observada ao longo de 77 anos. De acordo com Hermes Chipp, o atual nível de vazão é o pior da história no Sul.

O ONS pretende despachar mais energia a partir de Araucária e também aumentar o intercâmbio para evitar a redução dos níveis dos reservatórios. O objetivo é manter o patamar ao redor dos 40% pelos próximos três meses, quando são esperadas melhores condições meteorológicas, com chuvas na região. Para isso, a região deve receber energia suficiente para atender a uma demanda de 4.200 MW médios. Desse total, o intercâmbio com outros subsistemas opera a plena capacidade e transmite 5.300 MW médios para o Sul, enquanto 1 mil MW médios vêm de térmicas a carvão e 230 MW médios ficam por conta da geração de Araucária, que funciona a partir do gás natural.

"Estamos buscando que a água consumida pelas hidrelétricas do Sul seja apenas aquela que entra nos reservatórios, mantendo os níveis atuais", frisou Chipp. Com a entrada em operação de Araucária a plena capacidade, a termelétrica de Canoas, no Rio Grande do Sul, passará a produzir a partir do óleo combustível. A usina está enviando há cerca de um mês 150 MW médios para o Uruguai. O megawatt/hora produzido por Canoas custa R$ 381 quando produzido a partir do gás natural e pula para R$ 540 quando o combustível passa a ser o óleo.

O gasto com o pagamento de encargos devido ao despacho de térmicas para garantir a segurança do nível dos reservatórios não deverá ultrapassar os R$ 800 milhões este ano, bem abaixo dos cerca de R$ 2 bilhões gastos em 2008, o que equivale a uma queda de ao menos 60%. Chipp lembrou que as chuvas este ano ajudaram e as térmicas começaram este mês, enquanto em 2008 houve o despacho dessas unidades durante todo o ano. No ano passado, devido ao atraso das chuvas, as térmicas foram despachadas desde janeiro, com geração de energia por unidades movidas a gás, a carvão e a óleo. Chipp revelou que, dos R$ 2 bilhões pagos em encargos, R$ 1,3 bilhão foram correspondentes ao período entre janeiro e maio, justamente a época chuvosa no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, onde está concentrada a maior parte da geração hidrelétrica brasileira.

Em 2008, segundo Chipp, os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste estavam com 46% da capacidade no início do ano, enquanto os do Nordeste estavam com 27%. Este ano, no fim do período chuvoso, os reservatórios do Sudeste estão com 84% da capacidade, enquanto no Nordeste o nível é de 99%. O único dos subsistemas em que a situação dos reservatórios preocupa é o Sul, com 38% da capacidade. No Norte o nível está em 99%.

(Por Rafael Rosas, Valor Econômico, 06/05/2009)


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