O Parlamento Europeu aprovou nesta terça (05/05) a proibição definitiva do comércio de produtos derivados de foca. Uma votação que põe fim a um processo iniciado em 2006 com a assinatura de uma declaração então elaborada por 425 eurodeputados. A nova legislação proíbe a venda de produtos transformados, ou não, incluindo a carne, gordura, órgãos e peles daqueles animais. A proibição inclui a comercialização de casacos, gorros ou produtos farmacêuticos obtidos a partir das focas. O diploma é uma reivindicação antiga de organizações protetoras dos direitos dos animais mas também tem opositores.
A Noruega, que não pertence à União Europeia, diz que a nova lei limita a liberdade de gerir os seus próprios recursos marinhos. Oslo ameaça submeter uma queixa junto da Organização Mundial do Comércio. Uma intenção que o Canadá, o país que mais caça focas no planeta, também já manifestou. As novas regras, que também se aplicam às exportações, excluem, no entanto, as comunidades esquimós e outras populações aborígenes que tradicionalmente (e cruelmente) vivem da caça à foca. Outra exceção é a prática que segue uma lógica igualmente cruel, segundo a qual os animais são caçados como forma de "manter o equilíbrio dos recursos marinhos".
A Europa é o principal mercado de produtos de focas canadenses e muitos acreditam que a medida possa marcar o início do fim da matança. "Fechar mercados salva vidas de focas" disse a organização Human Society of the United States. "Somente o prospecto de uma proibição na União Européia bastou para abaixar os preços para menos de 15 dólares canadenses por pele esse ano - um declínio de 86 per cento desde 2006."
"Como resultado, muitos mercadores preferiram não caçar focas esses anos e até agora, de uma cota de 338.200 focas, apenas 57.622 foram mortas. É provável que quando a temporada oficial terminar no dia 15 de maio, mais de um quarto de um milhão de focas tenham sido poupadas de uma morte terrível. Com a proibição européia, muitas outras focas poderão viver em paz pelo resto desse ano." A organização ressalta que apesar dessa vitória, é importante continuar pressionando o governo canadense, boicotando seus produtos e fazendo lobby em outros países, já que existe o risco de desenvolvimento de novos mercados.
(Anda, 05/05/2009)