S. Borja, com dois decretos de emergência, aguarda apoio federal e estadual
A situação de emergência decretada em 171 municípios gaúchos, segundo dados de ontem da Defesa Civil estadual, não tem agilizado a chegada de ajuda às áreas atingidas pela estiagem. O prefeito em exercício de São Borja, Jéferson Oléa Homrich, reclama que não está recebendo auxílio estadual ou federal. Um decreto de situação de emergência se deve a problemas na área de saúde, especialmente casos de leishmaniose, e o outro, que está sendo prorrogado, à seca. Homrich disse que são esperadas especialmente cestas básicas e melhorias no sistema de abastecimento de água. Há 12 poços artesianos a serem instalados, açudes e aguadas e, conforme ele, o Estado anunciou R$ 295 mil para um canil, em função da leishmaniose, mas as obras não foram iniciadas.
Em Giruá, haverá racionalização dos gastos públicos para enfrentar os efeitos da estiagem e a queda no repasse das verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) pela União. Segundo o prefeito Fabiam Thomas, a diminuição do repasse federal no quadrimestre chega perto dos R$ 300 mil. 'A pendência quase que exclusiva de recursos dos governos estadual e federal é praticamente uma subserviência', frisou. No município, a seca gerou prejuízos superiores a R$ 25 milhões para a agricultura.
Santo Ângelo também está em situação de emergência desde ontem. O prefeito Eduardo Loureiro citou a área rural como a mais atingida, com redução na capacidade de exploração de água para consumo. Há queda de 60% na produtividade diária de 35 mil litros/leite, de até 80% em alguns cultivos e de 90% nas pastagens. Em abril, choveu só 7 milímetros na região. Em Bagé, o prefeito Luís Eduardo Colombo decide hoje se decreta situação de emergência, após apurar as perdas com a seca. Ontem, a Barragem Sanga Rasa estava 5,7 metros abaixo do normal e a do Piraí, 5,55 m.
(Correio do Povo, 06/05/2009)