Na sexta-feira (01/05), centenas de trabalhadores ligados a movimentos populares e sindicatos se mobilizaram em defesa da Baía de Sepetiba e contra a construção da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), empresa ligada ao consórcio Vale-ThyssenKrupp. A mobilização fez parte das ações do dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, com início às 9h, com concentração na em Santa Cruz, em frente ao Hospital Pedro II.
O consórcio Vale-ThyssenKrupp é acusado de sérios danos ambientais, trabalhistas, expulsão da população local e da contratação de milicianos que cerceiam o trabalho e ameaçam de morte pescadores da Baía de Sepetiba. Fazem parte da mobilização entidades como: MST, MTD, CMP, Intersindical, Conlutas, Associação dos Pescadores do Canto do Rio, PSOL, PCB, Fórum de Meio Ambiente dos Trabalhadores, entre outros.
A CSA e os danos
O canteiro de obras da TKCSA (ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico) localiza-se numa Área de Preservação Ambiental protegida pela União, dentro de uma Reserva Arqueológica e Biológica em área costeira. Sem licença ambiental do Ibama, e mesmo sendo embargadas e interditadas pelos órgãos de fiscalização, as obras seguem e estão envolvidas em inúmeras irregularidades e destruição da fauna e flora local.
Para reduzir custos e a resistência dos trabalhadores, a TKCSA contrata imigrantes, principalmente chineses e nordestinos. As promessas de geração de empregos maciça para a população local jamais se concretizaram. Há contratações irregulares e precárias. Os trabalhadores enfrentam péssimas condições de vida e de trabalho e sofrem ameaças da milícia da região, que atua em acordo com os seguranças da empresa.
A TKCSA traz desemprego e miséria às 8.075 famílias de pescadores e maricultores da região. Com as obras e a contaminação das águas, esgotam-se os recursos pesqueiros. Os portos aumentarão as áreas de exclusão de pesca, afetando duramente os pescadores mais pobres. O complexo siderúrgico já está trazendo sérios riscos à saúde, com aumento da poluição e exposição constante a agentes químicos que ocasionam desde doenças respiratórias a certos tipos de câncer. Ainda, a reprodução natural de peixes na região tem diminuído de forma constante.
(MST, 30/04/2009)