Cerca de 200 manifestantes do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), do MST e da Assembléia Popular ocuparam, na tarde de quinta-feira (30/4), o saguão da empresa estadunidense Novelis, em Ouro Preto, Minas Gerais. Entre outros pontos, eles reivindicam indenizações para as famílias atingidas pela Usina Hidrelétrica de Candonga e o título da terra para os reassentados atingidos pela Usina Hidrelétrica de Fumaça.
“A Novelis tem uma dívida histórica com os trabalhadores de Minas Gerais e em especial com os atingidos por barragens”, afirma Claret Fernandes, da coordenação do MAB no estado. Em maio de 2004, uma ação policial despejou os moradores da comunidade de São Sebastião do Soberbo para iniciar o enchimento do lago da UHE de Candonga, de propriedade da Novelis e da Vale do Rio Doce. As famílias foram expulsas e tiveram suas casas destruídas ainda com os pertences dentro. Até hoje muitas delas não foram indenizadas.
Os manifestantes também protestam contra os projetos de 20 barragens previstos para a região da Zona da Mata mineira. As principais hidrelétricas são as de Casa Nova e Baú, ambas da Vale e Novelis, e a energia gerada terá como destino suas indústrias de alumínio para exportação. “É inaceitável que uma barragem seja construída somente para suprir a necessidade de empresas privadas, às custas do povo e do meio ambiente”, declarou o coordenador.
Os trabalhadores também denunciam que na região há vários casos de câncer em decorrência da poluição por resíduos de alumínio. Eles querem uma reunião com a empresa na próxima para semana reapresentar a pauta de reivindicações.
(MST, 30/04/2009)