A estiagem, que deixou 83 municípios catarinenses em situação de emergência, número que tende a subir nas próximas horas, fará com que o governador Luiz Henrique anuncie, nesta terça (05/05), um incremento do Programa Revitalizar, que financia a construção de cisternas para o aproveitamento da água da chuva. Pelo programa, o governo do Estado subsidia o juro integral nos projetos de investimentos na agricultura no valor de até 18 mil. A partir daí, há um escalonamento, com subsídio de 2,5% entre R$ 18 mil e R$ 28 mil, e de 2,75% para valores entre R$ 28 mil e R$ 36 mil. Trata-se de um passo para resolver um sério problema econômico que atinge as principais regiões produtoras de alimentos, centralizado nas regiões Oeste e Extremo-Oeste. As medidas devem ser complementadas para que as secretarias regionais contratem caminhões-pipas para a distribuição de água potável nas propriedades.

Em outra frente, o deputado estadual e líder do PT na Assembleia, Dirceu Dresch, vai levar a plenário, hoje, uma moção onde pedirá urgência ao Ministério da Integração Nacional na liberação de R$ 100 mil por prefeitura atingida para garantir pelo menos recursos para a aquisição de água e o transporte às regiões agropecuárias. Dresch tem motivo de sobra para estar preocupado, pois ele próprio vive o drama da estiagem na propriedade da família, em Saudade. No final de semana que passou, teve que agilizar a instalação de uma cisterna para condicionar água, enquanto a chuva não vem em volume significativo.

Em Brasília, o deputado federal Cláudio Vignatti, também do PT, presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, chamou presidentes das associações de municípios e alguns prefeitos para participarem da reunião com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, marcada para amanhã. O elemento de pressão deles será repassar a crítica situação em que vivem, com períodos de estiagem cada vez mais longos e anuais. Sem exageros, estamos diante de uma nova tragédia climática no Estado, com reflexos econômicos tão graves quanto os que foram verificados pela chuva de novembro passado.

(Por Roberto Azevedo, Diário Catarinense, 05/05/2009)