Falta de chuva reduz nível e vazão dos rios, afetando pequenas centraisA estiagem que castiga o campo nas regiões Noroeste e Norte também começa a afetar a produção de energia nas pequenas usinas hidrelétricas do Estado. Parte delas está funcionando somente algumas horas por dia.
Em Victor Graeff, a Usina Cotovelo do Jacuí, no Rio Jacuí, está há três semanas funcionando apenas no horário de pico de consumo, entre 18h e 20h. Ainda assim, a produção é de 0,5 megawatt, menos de 20% da capacidade.
Conforme o responsável pelo setor de Geração de Energia Elétrica da Coprel Cooperativa de Energia, Nelio Koch, o nível baixo da água obriga a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) a represá-la no reservatório de sua usina em Ernestina, que fica acima de Victor Graeff no leito do rio.
Além de Victor Graeff, a Coprel tem ainda outras duas usinas, em Ibirubá e Lagoa Vermelha. A seca reduziu a vazão em ambas, prejudicando a geração.
– Elas estão funcionando durante todo o dia. Mas se os rios estivessem cheios, produziriam o dobro – disse.
No Noroeste, a cooperativa de eletrificação rural Ceriluz estima um prejuízo de R$ 1,2 milhão com a energia não gerada entre janeiro e abril.
CEEE afasta risco de desabastecimento
A Usina José Barasuol, em Ijuí, funciona com uma de suas três turbinas porque a vazão do Rio Ijuí está em oito metros cúbicos por segundo. Em fevereiro de 2005, período de outra seca intensa, a vazão no local era de 12 metros cúbicos por segundo. Na Usina Velha do Departamento Municipal de Energia de Ijuí, no Rio Potiribu, a produção está na metade do potencial de 0,5 megawatt.
De acordo com o gerente do setor de Operação da Transmissão da Energia da CEEE, Luis Carlos Tadiello, por enquanto não há risco de desabastecimento porque o sistema interligado leva a energia de onde está sobrando para os locais em que há necessidade. Graças ao maior lago artificial do Estado, a Barragem do Passo Real, as grandes usinas do Rio Jacuí estão com produção normal.
(Zero Hora, 04/05/2009)