O deputado Carlos Gomes (PPS) reuniu-se nesta semana com o chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, discutindo medidas para a solução de problemas que afetam o segmento de reciclagem de papel e que prejudicam os catadores e o setor industrial. 'O segmento vive uma situação angustiante, decorrente da crise mundial que provocou a redução do preço do quilo do papel para reciclagem. E isso está tornando inviável a atividade produtiva do setor', afirmou o deputado. Representantes das secretarias da Fazenda, Justiça e do Desenvolvimento Social, do Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico e dos Assuntos Internacionais apresentaram propostas que estão sendo estudadas pelo governo do Estado.
Uma das medidas é a criação de um ponto único de coleta do papel descartado pelos órgãos públicos, material que será destinado às cooperativas devidamente credenciadas. O governo do RS também analisa medidas na área tributária, entre elas o diferimento do ICMS e a isenção para a aquisição de máquinas e equipamentos para fins de modernização tecnológica do setor. Outra possibilidade é estabelecer nas licitações do setor público um percentual de aquisição do papel reciclado.
Carlos Gomes destacou que as medidas em estudo são uma resposta do governo estadual ao problema apresentado. 'Logo após tomar conhecimento da situação do setor, há cerca de um mês, a governadora Yeda Crusius determinou que um grupo de trabalho estudasse medidas de combate à crise. Hoje já estamos vendo os primeiros resultados', disse Carlos Gomes.
Ele reivindica ações do governo, tendo em vista a precária situação daqueles que vivem da coleta e reciclagem do papel no RS. Para Gomes, a causa é a queda no preço do papel, que chega hoje a R$ 0,2 o quilo. 'Os catadores ganham cada vez menos. Para as empresas do setor está mais barato produzir com celulose do que com aparas retiradas do papel obtido pelos catadores. É um problema que também afeta o meio ambiente, pois papel não reciclado é material que agride a natureza', observou.
(Correio do Povo, 02/05/2009)