O Banco Santander vendeu para o Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS) metade de sua participação no consórcio formado para a construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia. O acordo foi divulgado pelo presidente do Consórcio Santo Antônio Energia (Saesa), e a Caixa Econômica Federal (CEF) confirmou a operação.
O Santander participava do consórcio em um Fundo de Investimento Privado (FIP) com o Banif, que detém 20% do capital do Saesa. Com a venda, o FI-FGTS terá 5% do projeto, com a aplicação de R$ 140 milhões no FIP, e entrará com R$ 1,6 bilhão para financiar a construção da usina. É o maior aporte do FI-FGTS fechado desde que foram iniciados os desembolsos, em setembro passado.
Segundo o vice-presidente de Loteria e Fundos de Governo da Caixa, Wellington Moreira Franco, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a justificativa para o investimento é o potencial energético da usina. Franco disse também que está em negociação semelhante com o consórcio que constrói a usina de Jirau, também no Rio Madeira.
Santander
O Banco Santander tenta vender suas cotas de participação desde 2007, época do leilão da usina. Os bancos temem impactos sociais e financeiros da obra, que vem sendo questionada pelo Ministério Público Federal em Rondônia.
Além disso, a usina de Santo Antônio já causa impactos ambientais que não estavam previstos nos estudos de impacto ambiental, como a recente morte de 11 toneladas de peixes do rio Madeira. As instituições financeiras também estão apreensivas em relação ao retorno de investimentos, que são duvidosos devido às pressões de queda no preço da energia no mercado.
(Amazonia.org, 24/04/2009)