A hidrelétrica de Santo Antônio (RO-3.150 MW) está com as obras a todo vapor, 24 horas por dia, o que mobiliza 2,5 mil trabalhadores no canteiro de obra. Para isso, a usina já conta com o pacote financeiro totalmente estruturado, segundo Rogério Ibrahim, diretor financeiro da Santo Antônio Energia. O empreendimento tem uma previsão de investimento de R$ 13 bilhões, sendo R$ 8,2 bilhões em financiamentos provenientes de múltiplas fontes.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social aprovou no ano passado um empréstimo de R$ 6,2 bilhões. E, de acordo com Ibrahim, a liberação dos recursos já começou com um aporte de R$ 796 milhões. Outro importante financiador será o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, que subscreveu seis séries de debêntures, totalizando R$ 1,5 bilhão. O executivo salientou que R$ 571 milhões já foram liberados e o restante será desembolsado de acordo com o andamento da obra.
Além disso, o FI-FGTS se tornou sócio ao adquirir 24,9% da participação do Banco Santander no Fundo de Investimento e Participação Amazônia Energia. O banco espanhol reduziu a cota de 49,9% para 25%, enquanto o Banif manteve os 50,1%. O FIP detém 20% do consórcio Madeira Energia, controlador da Santo Antônio Energia.
"O Fundo [do FGTS] sempre demonstrou interesse em participar do projeto", disse o Ibrahim em entrevista à Agência CanalEnergia. Santo Antônio receberá ainda R$ 503 milhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte. Outros R$ 3 bilhões virão dos próprios acionistas, além do FIP, Odebrecht 18,6%, Andrade Gutierrez Participações 12,4%, Furnas Centrais Elétricas 39% e Cemig GT 10%. Mais R$ 1,8 bilhão são oriundos da geração operacional das primeiras turbinas até o término do período de investimento.
Com as obras aceleradas, a Santo Antônio Energia pediu a antecipação da operação da usina para dezembro de 2011 à Agência Nacional de Energia Elétrica. O novo prazo significa uma antecipação de cinco meses, em relação à data anterior de maio de 2012. Ou ainda um ano antes da entrega da energia ao mercado cativo programada para a partir de dezembro de 2012.
(Por Alexandre Canazio, Canal Energia / Amazonia.org, 26/04/2009)