A situação do rio Uruguai em Uruguaiana preocupa pescadores e autoridades. Na tarde de ontem, o rio media 1,24 metro do lado brasileiro, e 0,65 centímetros e do lado argentino, em razão do ponto de aferição ser diferenciado entre as duas localidades. Conforme o presidente da Associação dos Pescadores de Uruguaiana, Antonio Luiz da Silva, o estado pode ser considerado de emergência – decretação já existente no Alto Uruguai, com a suspensão temporária da pesca.
De acordo com Antonio, a entidade contatará hoje o Ibama de Porto Alegre para a elaboração de um documento requerendo a inclusão de Uruguaiana na lista de cidades sem pesca há pelo menos dois meses. Há um semestre, a atividade é considerada depredação, segundo o pescador. A falta de chuva e o calor baixaram os níveis ao longo de toda a linha, desde a cabeceira. 'Até com a mão seria fácil pescar um peixe.'
Outro problema relacionado ao rio – a constatação da incomum mortandade de mexilhões dourados – será pauta, hoje, de uma reunião na Câmara de Vereadores de Uruguaiana. O encontro contará com a presença da Comissão Binacional dos Recursos Naturais Renováveis Paso de los Libres (ARG) – Uruguaiana (BRA), sob a presidência do ambientalista Juraci Luques Jacques. Conforme Roberto Garcia, chefe do Escritório Regional de Fauna e Flora de Corrientes (Argentina), além dos mexilhões, peixes de diversas espécies apareceram mortos no rio, desde a cidade de Porto Xavier até o rio Mirinhay. De acordo com Jacques, ecologistas, biólogos e químicos debaterão o fenômeno e as causas que tem provocado o episódio.
(Correio do Povo, 27/04/2009)