Com a crescente demanda pelos biocombustíveis também cresce a introdução de espécies exóticas, tal como o dendezeiro no Brasil, que, potencialmente, podem ser mais produtivas. Mas também podem ser invasoras agressivas. É o que pesquisadores da Universidade do Havaí (University of Hawaii Pacific Cooperative Studies Unit) concluíram ao estudar as espécies que foram introduzidas no Havaí.
As plantas introduzidas para produção de biocombustíveis demonstraram uma capacidade de adaptação e expansão de duas a quatro vezes maior do que outras espécies aleatoriamente introduzidas. O estudo [Assessing Biofuel Crop Invasiveness: A Case Study] foi publicado no portal open-access PLOS ONE.
Os EUA, como outros países, estão investindo na produção biocombustíveis visando reduzir a sua dependência dos combustíveis fosseis, inclusive com o argumento de que os biocombustíveis são uma solução ‘verde’ para a demanda por combustíveis. No entanto, esta introdução, agora sob forma de monocultura intensiva, está ocorrendo sem uma correta avaliação dos riscos.
As espécies estão sendo avaliadas apenas sob a ótica de seu potencial de produção de biocombustíveis, mas sem considerar a suas características biológicas, seu ambiente original, suas pragas, doenças, etc. E isto pode ser um grave risco à biodiversidade. Os pesquisadores concluem que a seleção de quais plantas serão introduzidas para a produção de biocombustíveis deve ser de forma técnica e responsável, reduzindo os riscos, inclusive de se tornar uma praga invasora.
O artigo “Assessing Biofuel Crop Invasiveness: A Case Study” está disponível para livre e integral acesso no formato HTML. Para acessar o artigo clique aqui.
(Henrique Cortez Weblog, 24/04/2009)