O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lança, nesta segunda (27/04), em Manaus, o Plano Nacional das Cadeias Produtivas da Sociobiodiversidade. A nova política pública vai incentivar a produção, industrialização, comercialização e consumo da produção extrativistas, da agricultura familiar, das comunidades tradicionais e dos povos indígenas. As ações envolvem os ministérios do Meio Ambiente, da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social e Combate à fome. O objetivo do Governo é mostrar que o mercado não-madeireiro, representado principalmente pela indústria do extrativismo, é economicamente viável e, com isso, evita o desmatamento na Amazônia.
O evento terá a participação da ministra interina do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Formulado pelo MMA, o plano pretende promover mudanças radicais no padrão predatório da produção em biomas sob risco ambiental, como a Amazônia, e vai fortalecer as Reservas Extrativistas do País. Isso implica na implementação do extrativismo e do desenvolvimento rural sustentável em novas bases, assegurando um baixo impacto ambiental para a floresta.
O ministério pretende envolver as organizações ambientais, a iniciativa privada e os governos federal, estadual e municipal, na busca de soluções sustentáveis para os povos tradicionais e a economia não-madereira. "Na medida em que os extrativistas se sentirem remunerados, eles vão manter a floresta em pé", avalia Cláudia Calório, da Secretaria Nacional de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, responsável pela articulação entre o poder público, as comunidades e o mercado, um dos principais desafios dos programas do plano. A estratégia para isso é apontar as vantagens competitivas das atividades extrativas.
Cláudia vê o plano como atendimento a antigas reivindicações dos movimentos sociais organizados da Amazônia. Como responsável direta pela agenda do extrativismo, a SEDR e os parceiros interministeriais formularam um plano que prevê o diálogo amplo entre o mercado em todas as suas etapas, produção, comercialização e consumo, e os ministérios, principalmente os da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, além de incentivos aos extrativistas, serviços ambientais, distribuição dos resultados da exploração da biodiversidade e conhecimentos tradicionais.
(Por Paulenir Constâncio, MMA, 23/04/2009)