Pesquisadores da academia e da iniciativa privada descobriram uma maneira de reduzir pela metade a quantidade de vinhaça resultante da produção de etanol. A vinhaça é o principal resíduo da indústria da cana - uma mistura de água com matéria orgânica e sais que não pode ser despejada nos rios. A solução desenvolvida pelos cientistas foi duplicar o teor alcoólico dos tanques de fermentação, o que permite produzir mais álcool (e menos vinhaça) de um mesmo volume de açúcar.
A maioria das usinas trabalha com teor alcoólico de 8% nos tanques. Mais do que isso e as leveduras responsáveis pela fermentação morrem. Assim, são produzidos até 12 litros de vinhaça, que as usinas reaproveitam como adubo. Mas, a quantidade de vinhaça é muito grande, com alto custo de dispersão. Pelo novo processo, o teor alcoólico da fermentação chega a 16%. O resultado final da fermentação é menos vinhaça no tanque, mais viável economicamente para dispersão, com menos impacto ambiental.
“Em vez de dez caminhões, você precisa de cinco”, resume Luiz Carlos Basso, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP). Ele é um dos cientistas parceiros da consultoria Fermentec, que financia a pesquisa realizada há quatro anos na Usina da Pedra, em Serrana (SP). Segundo o presidente da empresa, Henrique Amorim, a economia para a indústria no País poderia passar de R$ 1 bilhão por ano. O processo não pôde ser patenteado, segundo Amorim, porque já foi apresentado em uma reunião aberta em 2008.
(estadao.com.br /
AmbienteBrasil, 23/04/2009)