A Prefeitura de São Paulo quer que escritórios internacionais de arquitetura participem da licitação que vai escolher o melhor projeto urbanístico para a revitalização da região da Nova Luz, no centro. O diretor de Desenvolvimento e Intervenção Urbana da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), Rubens Chamas, afirmou nesta quarta (23/04) ao Estado de S. Paulo que se estuda uma concorrência que "valorize profissionais com experiência comprovada na revitalização de áreas degradas em diferentes lugares do mundo". "Temos um bom produto e vamos valorizá-lo. Queremos contratar escritórios que já tenham trabalhado em áreas com essa dimensão. Não importa se o escritório é nacional, internacional ou um consórcio com profissionais do Brasil e de fora."
Os projetos de concessão urbanística e da Nova Luz foram aprovados ontem na Câmara. Dessa forma, passa-se agora à fase de definir qual o órgão da Prefeitura vai lançar a licitação do projeto no mercado e quais os critérios que serão usados para a concorrência. A área total da região Nova Luz é de 362 mil metros quadrados. Existem 750 imóveis previstos para serem desapropriados e 3.500 moradores vivendo na região. A previsão da Prefeitura é de que a área receba R$ 2 bilhões em investimentos. Chamas calcula que a contratação do projeto deve ocorrer até o fim do ano.
Em 2008, a contratação do escritório internacional Herzog e De Muron pela Secretaria de Estado da Cultura para fazer o projeto do Teatro de Dança de São Paulo, na região da Nova Luz, causou polêmica entre arquitetos brasileiros. Ganhador do prêmio Pritzker em 2001, o principal da arquitetura mundial, o escritório foi contratado por notória especialização.
Chamas afirma que a mobilidade da licitação a ser aplicada pela Prefeitura ainda não foi definida. Além de notória especialização, o projeto pode ser contratado por uma concorrência que leve em conta técnica e preço ou por concurso. Com o projeto pronto e definidas as áreas que serão revitalizadas em parceria com a iniciativa privada, uma nova licitação será aberta para contratar as empresas responsáveis pela concessão.
(Por Bruno Paes Manso e Diego Zanchetta,
O Estado de S. Paulo, 23/04/2009)