Até o final deste mês, a Gás Energy deve entregar à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) o estudo e o relatório de impacto ambiental de um Terminal de Estocagem e Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (Tergás) e de uma usina termelétrica. A companhia pretende implementar ambas as estruturas no município de Rio Grande.
O sócio-diretor da Gás Energy, Marco Tavares, lembra que o empreendimento prevê a integração entre o terminal de regaseificação e a termelétrica. No momento de desenvolver os projetos apareceram várias possibilidades de otimizar a construção. Com isso, foi possível aumentar a perspectiva de geração da usina em cerca de 25%, em comparação ao previsto inicialmente, com um volume de investimento semelhante. Atualmente, a expectativa é de que a térmica possa gerar até 1,25 mil MW (cerca de um terço da demanda média de energia do Rio Grande do Sul).
Hoje, o investimento estimado é de US$ 900 milhões na usina e o terminal de regaseificação deve absorver US$ 380 milhões. Tavares relata que a empresa tem um acordo de sigilo quanto à estrutura de financiamento para os projetos. Porém, ele diz que 90% do financiamento está garantido e irá envolver fundos de investimentos, provavelmente,
de fora do País.
Para os complexos saírem do papel, é necessário que a termelétrica venda energia através de um leilão (mecanismo criado pelo governo federal, no qual quem oferece energia ao menor custo sai vencedor). Tavares informa que o leilão estava previsto para acontecer em setembro ou outubro, mas deve ser postergado para novembro ou dezembro deste ano. Caso a térmica da Gás Energy comercialize sua produção no evento, ela terá que entrar em operação até janeiro de 2014.
A usina, quando estiver operando à plena capacidade, absorverá um volume de cerca de 5,2 milhões de metros cúbicos diários de gás natural. O terminal de regaseificação terá uma capacidade de fluxo de gás natural de 6 milhões de metros cúbicos ao dia (mais que o dobro do volume de gás natural boliviano que chega ao Estado hoje).
A sobra de gás poderá ser comercializada na Metade Sul do Estado, mas para isso será preciso desenvolver uma malha de gasodutos na região. Esse processo implica a disputa de uma concessão para a construção de um gasoduto na localidade. Tavares foi o palestrante da reunião-almoço Tá na Mesa realizada ontem na Federasul.
(Jornal do Comércio, 23/04/2009)