Unidade utilizará o etanol de cana-de-açúcar para a produção comercial desses produtos
A Braskem lançou nesta quarta-feira a pedra fundamental do Projeto de Polietileno Verde no Pólo Petroquímico de Triunfo, com a presença da governadora Yeda Crusius e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, entre outras autoridades. O evento simboliza o início das obras da primeira unidade industrial do mundo a utilizar etanol de cana-de-açúcar para a produção em escala comercial de eteno e polietileno de origem 100% renovável. "A implantação desse projeto confirma o compromisso assumido pela Braskem de contribuir para o desenvolvimento do setor petroquímico brasileiro e do Rio Grande do Sul", afirma o presidente da empresa, Bernardo Gradin. "Esse investimento é parte da nossa estratégia de crescimento com criação de valor e está alinhado ao objetivo de tornar a companhia uma referência internacional no desenvolvimento de polímeros verdes", acrescenta.
O investimento total será de aproximadamente R$ 500 milhões. O projeto prevê a construção de uma planta de eteno - matéria-prima para o polietileno - a partir do etanol. A unidade terá capacidade para produzir 200 mil toneladas/ano de eteno, que serão transformadas em volume equivalente de polietileno em unidades industriais já existentes no próprio Polo de Triunfo. A partida da nova planta está prevista para o quarto trimestre de 2010 e o início da operação comercial, para o começo de 2011.
O projeto de Polímeros Verdes se insere na estratégia de acesso a novas fontes competitivas de matéria-prima, em linha com a visão de sustentabilidade da companhia. Além disso, contribui para o desenvolvimento sustentável da sociedade, já que o plástico verde retira mais carbono da atmosfera do que emite ao longo de todo o seu ciclo de vida, do cultivo da cana à reciclagem pós-consumo.
A Braskem vem estabelecendo, desde o ano passado, uma série de parcerias com renomados Clientes nacionais e internacionais, principalmente da Europa, Estados Unidos e Japão, interessados em reforçar a associação de suas marcas ao conceito de sustentabilidade. Cabe ressaltar os acordos firmados com a Toyota Tsusho, "trading company" do grupo Toyota, e Shiseido, renomado fabricante de cosméticos voltados ao segmento de alto padrão. A demanda potencial já identificada para o PE Verde é ao redor de 600 mil toneladas/ano, três vezes maior do que a capacidade da nova planta.
Além dos aspectos ambientais, um estímulo adicional ao uso do polímero verde está no fato de apresentar características de aplicação e propriedades idênticas às do plástico tradicional, o que permite às indústrias de transformação aproveitarem todo o seu parque fabril atual para processar a resina de fonte renovável. O PE Verde tem aplicação em mercados como o automobilístico, indústria de brinquedos, embalagens sopradas para alimentos e produtos de higiene e embalagens injetadas para utilidades domésticas.
O pioneirismo desse projeto resulta da prioridade atribuída pela empresa à inovação e autonomia tecnológica, direcionadores importantes da sua estratégia de crescimento e de desenvolvimento da sua cadeia produtiva. "Essa primazia é resultado da dedicação e das competências combinadas de brasileiros talentosos, que por meio de sua atuação no Centro de Tecnologia e Inovação Braskem e na Unidade de Petroquímicos Básicos da companhia colocaram o Brasil na dianteira da produção de PE Verde no mundo", diz Gradin. A relevância do projeto tem sido reconhecida por meio de várias premiações nacionais e internacionais, como o Prêmio de Gestão Ambiental da Conferência Ambiental do Plástico, realizada nos Estados Unidos no início deste ano.
A planta em construção no Rio Grande do Sul representa uma oportunidade para o desenvolvimento da cadeia produtiva do etanol no estado, com enorme potencial de geração de empregos, renda e receita tributária. O projeto do PE Verde consumirá cerca 470 milhões de litros de etanol/ano, volume que inicialmente será adquirido em outras regiões, transportado por cabotagem até o terminal Santa Clara, em Triunfo, e dali transferido para a fábrica por dutos.
O investimento no Projeto de PE Verde integra um novo ciclo de investimento da Braskem no Rio Grande do Sul de cerca de RS 1 bilhão nos próximos três anos. "A iniciativa demonstra a confiança da Braskem e dos nossos acionistas no crescimento do País e do Estado", afirma Gradin.
(Jornal NH, 22/04/2009)