Mundialmente conhecida pela produção de celulose, a Innovia, que tem fábricas na Inglaterra, EUA, Bélgica e Austrália, desde 2003 vende, inclusive no Brasil, seu biopolímero feito da celulose da madeira de reflorestamentos. Filme semelhante ao polipropileno, o Natureflex decompõe-se até em ambientes aquosos, diz a executiva de vendas Veruska Rigolin, ao mencionar a produção de 250 toneladas/ano do produto, certificado pelas normas europeias e norte-americanas.
Com o aumento da escala de produção e de consumo, o preço vai cair, prevê ela, que está à frente da Associação Brasileira da Indústria de Polímeros Biodegradáveis Compostáveis (Abicom), em fase final de estruturação. "Reunimos cinco empresas do setor no país, para defender políticas governamentais que apoiem a pesquisa e o desenvolvimento do mercado, além de disseminar informação correta sobre bioplásticos, pouco conhecidos pelo consumidor."
Hoje, 9% da produção mundial de petróleo é destinada à produção de plásticos. A expectativa de quem fabrica os novos materiais não é substituir o plástico convencional, mas atender nichos de mercado. Nesse sentido, as grandes indústrias petroquímicas dominam tecnologia para transformar o etanol da cana-de-açúcar em polietileno de alta e baixa densidades. Apesar de não ter biodegradegrabilidade e compostabilidade em 180 dias, o novo biopolietileno tem as vantagens do uso de fontes renováveis e menor consumo de energia na produção. Braskem e Dow Química já anunciaram a construção de plantas para produzi-lo no Brasil.
(Valor Econômico, 22/04/2009)