Cientistas do British Antartic Survey e da Nasa atribuem a mudanças meteorológicas causados pelo buraco da camada de ozônio o aumento do volume do gelo marinho observado ultimamente na Antártida.
Em artigo na publicação especializada "Geophysical Research Letters", os cientistas explicam que, enquanto o Ártico teve uma dramática diminuição do gelo polar, na Antártida ele aumentou.
Isso, segundo eles, deve-se ao buraco na camada de ozônio ter atrasado o impacto do efeito estufa no clima desse continente.
O gelo dos oceanos desempenha um papel-chave no meio ambiente global ao refletir o calor do sol e fornecer um habitat para a vida marinha.
Em ambos os pólos, a camada de gelo está em seu nível mínimo durante o verão, mas, durante o inverno, a da Antártida se expande até cobrir uma área quase do tamanho da Europa.
Isso acontece porque essa camada de gelo, cuja grossura oscila entre menos de um metro e vários metros, isola as águas temperadas do mar na Antártida.
As imagens, captadas com ajuda de satélites, indicam que desde os anos 1970 do século passado, o gelo marinho da Antártida aumentou a um ritmo de 100 mil metros quadrados cada dez anos.
Segundo o professor John Turner, do British Antarctic Survey, "os resultados obtidos mostram a complexidade da mudança climática em toda a Terra".
"Enquanto há provas crescentes de que a diminuição do gelo marinho no Ártico se deve à atividade humana, na Antártida a influência do homem através da camada de ozônio teve o efeito inverso e resultou em um aumento do gelo", explica.
(Efe,
UOL, 22/04/2009)