Número de pessoas envolvidas em catástrofes da natureza subirá 50% até 2015O número de pessoas afetadas por desastres naturais deve aumentar em mais de 50% até 2015 e atingir a média de 375 milhões de pessoas por ano, segundo a organização não-governamental britânica Oxfam. Os dados fazem parte do relatório "Direito a sobreviver", divulgado nesta terça-feira (21/04). A Oxfam, que combate a pobreza, usou dados do centro de pesquisa belga CRED, que há trinta anos coleta estatísticas sobre o impacto de catástrofes naturais no mundo, como secas e enchentes.
Os números do CRED mostram que, entre 1998 e 2007, cerca de 243 milhões de pessoas por ano foram afetadas por catástrofes naturais. Os dados indicam um progressivo aumento na incidência desse tipo de problema. Segundo a Oxfam, a média anual de 375 milhões de pessoas atingidas por desastres naturais até 2015 foi obtida com base em projeções do aumento da população e da incidência de catástrofes naturais entre 1998 e 2007.
O relatório da Oxfam afirma que se as projeções estatísticas se confirmarem os sistemas de apoio humanitário não terão condições de atender a todos. A Oxfam alerta que as agências humanitárias podem ficar sobrecarregadas pelo excesso de vítimas de inundações, tempestades e secas. O diretor da Oxfam, Rob Bailey, disse à BBC que as agências humanitárias não precisam apenas de mais dinheiro, mas que é preciso melhorar a forma como este dinheiro é gasto.
O grupo pede que os recursos sejam gastos de forma imparcial, e não de acordo com interesses políticos. "Nós precisamos nos certificar de que este dinheiro é gasto de melhores formas", disse. "No momento, as pessoas pobres no mundo em desenvolvimento que enfrentam desastres naturais estão quase que participando de uma loteria em escala global."
Segundo Bailey, há uma grande disparidade na forma que o dinheiro chega às agências humanitárias. Ele disse que foram gastos em média US$ 1,2 mil por vítima do tsunami de 2004 na Ásia. No entanto, o gasto por pessoa com as vítimas da recente crise humanitária no Chade foi de apenas US$ 23, em média.
(BBC /
G1, 21/04/2009)