A recuperação da economia mundial é decisiva para a retomada do plantio de eucalipto pela Stora Enso no RS. A empresa confirmou ontem a interrupção do cultivo de novas áreas por decisão da multinacional sueco-finlandesa de suspender os investimentos no mundo, incluindo empreendimentos no Uruguai e na China. Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa afirma que a suspensão se deve à retração na demanda mundial e à redução nos preços da celulose provocada pela crise. O andamento do projeto gaúcho fica paralisado por tempo indeterminado, esperando pela retomada do ritmo de crescimento nos mercados globais.
A medida não deve ameaçar, no longo prazo, o futuro do empreendimento no Estado, já que a empresa pretende manter o planejamento estratégico de apostar na fabricação de celulose no Hemisfério Sul, que tem custos de produção mais baixos do que na Europa. O que muda, por enquanto, são os planos das prestadoras de serviços florestais, contratadas pela Stora Enso para executar o plantio e manutenção das áreas de cultivo de eucalipto. As florestadoras Nativa e Plantar devem demitir parte dos seus cerca de 430 empregados que atuam nas fazendas da Stora Enso, a maioria delas localizadas nos municípios de Rosário do Sul, São Francisco de Assis, Unistalda e Manoel Viana. Além desses, a companhia também tem áreas em Alegrete, Cacequi, Maçambará, São Borja e Itaqui.
Ainda não foi definido quantas pessoas serão demitidas. A estimativa é de que pelo menos 140 sejam desligadas – 50% do quadro de 200 funcionários, conforme estimativa da Nativa, e 40 dos seus 230 empregados, segundo a Plantar. O número deve ser decidido nesta quinta-feira, quando representantes da multinacional devem se reunir com as florestadoras para ver detalhes da suspensão dos plantios.
(Zero Hora, 21/04/2009)