Depois de um longo período de espera, os agricultores gaúchos começam a ser contemplados com ações do Pró-Irrigação, programa do governo do Estado que visa à implantação de projetos para garantir a competitividade do agronegócio gaúcho diante de adversidades climáticas. No início deste ano saíram do papel as primeiras iniciativas de construção de açudes e cisternas. Em um momento em que a estiagem tem castigado especialmente as regiões Norte e Noroeste do Rio Grande do Sul, a notícia é um alento para produtores que ano após ano sofrem com os efeitos da seca no Rio Grande do Sul, especialmente os que se dedicam ao plantio de milho e soja.
De janeiro para cá foram construídos 600 microaçudes e 300 cisternas e a meta é chegar a 6 mil até o final de 2009. O orçamento de 2008 para a execução das obras foi de R$ 4 milhões e para este ano a verba indicativa é de 1,8 milhão para cisternas e 1,8 milhão para microaçudes. Conforme o engenheiro coordenador do programa de microaçudes da Secretaria Estadual de Irrigação e Usos Múltiplos da Água, Gilmar Brum, a demora para a liberação dos projetos ocorreu em função da lei de responsabilidade fiscal, que impede que sejam construídas melhorias em propriedades privadas com recursos públicos. Para contornar a legislação, a alternativa encontrada foi a criação de uma lei complementar, aprovada pela Assembleia Legislativa, em novembro, que permitiu então o início das obras.
Para o líder do Partido Progressista (PP) na Assembleia, deputado Adolfo Brito, o projeto ainda está "engatinhando" o que faz necessário promover uma grande mobilização dos prefeitos e vereadores gaúchos a fim de acelerar a implantação de iniciativas na área da irrigação. "Estamos recebendo as inscrições e os produtores devem ficar atentos às exigências para se cadastrar". destaca o deputado.
O produtor Volnei Mariga, de Erechim, teve o seu projeto aprovado e já está realizando as obras de construção dos açudes. Ele observa que as melhorias vão ajudar muito, principalmente na irrigação das pastagens para o gado de leite. "Os açudes vão amenizar a situação, além de ajudar a baixar os custos, a manter as pastagens e a qualidade do leite na propriedade ade", ressalta.
O Pró-Irrigação inclui recursos para a capacitação do agricultor no manejo da água, para elaboração do projeto técnico, licenciamento ambiental e a obtenção da outorga do uso da água.
(Jornal do Comércio, 20/04/2009)