Sobre afirmação de André Puccinelli (PMDB), de que os índios não querem tanta terra como a Funai quer dar a eles, o coordenador regional do Cimi, Egon Heck, contou que os indígenas não querem abrir mão dos mais de 33 mil hectares.Após uma reunião com os ministros da Justiça, Tarso Genro, e das Relações Institucionais, José Múcio, o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), garantiu que os indígenas de seu estado não querem tanta terra como a Fundação Nacional do Índio (Funai) quer dar a eles. No entanto, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), rebateu a afirmação do governador.
Em constante contato com os índios da etnia Terena, na área da aldeia Cachoeirinha, o Coordenador Regional do Cimi, Egon Heck, contou que os indígenas não querem abrir mão dos mais de 33 mil hectares previsto no diagnóstico elaborado pela Funai: “Esta é a terra que estão reivindicando, da qual necessitam e na qual querem desenvolver seu próprio ‘projeto Terena’ para o futuro do seu povo, do ponto de vista da sustentabilidade, da sua agricultura, da sua maneira de conviver com a terra.”
A situação dos índios no Mato Grosso do Sul é lamentável, segundo Heck: “Tem havido uma reação muito forte, articulada pelos interesses políticos e econômicos regionais, no sentido de impedir o reconhecimento e a regularização das terras indígenas. Isso gerou conseqüências extremamente nefastas, ceifando milhares de vidas dos povos indígenas nessas últimas décadas.”
O ministro Tarso Genro assumiu o compromisso de pedir para o Ministério Público Federal (MPF) a criação de uma Câmara Conciliadora. O objetivo é discutir a demarcação da área indígena Terena no Mato Grosso do Sul.
(Agência de Notícias do Planalto /
IHUnisinos, 17/4/2009)