O governo do Reino Unido anunciou nesta quinta-feira que vai oferecer subsídios de até 5 mil libras (cerca de R$ 16 mil) para estimular os consumidores a comprarem carros elétricos ou híbridos. O estímulo para a compra destes veículos é parte do plano do governo britânico, de 250 milhões de libras (cerca de R$ 823 milhões), para promover o transporte com baixas emissões de gases de efeito estufa nos próximos cinco anos. O plano também prevê 20 milhões de libras (aproximadamente R$ 66 milhões) para o estabelecimento de pontos para carregar os carros e mais infraestrutura para o uso deste tipo de veículo, que ainda é pequena no Reino Unido.
O secretário dos Transportes britânico, Geoff Hoon, afirmou que existe um grande potencial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, pois menos de 0,1% da frota de 26 milhões de carros britânicos é de veículos elétricos. A indústria automobilística aprovou a iniciativa, mas os críticos afirmam que o governo britânico precisa investir mais na criação de locais para a recarga dos carros e também em transporte público.
LimitaçõesO financiamento vai estar disponível apenas para carros totalmente elétricos e híbridos movidos a gasolina e eletricidade. Os híbridos hoje vendidos no mercado britânico não seriam incluídos no programa de subsídios, pois estes modelos só chegariam às lojas do país dentro de dois anos. O mercado britânico conta com uma série limitada de veículos elétricos e as vendas são baixas devido a várias razões. Eles geralmente precisam de sete horas para serem carregados, têm apenas dois lugares e autonomia de apenas 65 km. Os preços destes veículos variam de 8 mil libras (cerca de R$ 26 mil) para os menores a até 80 mil libras (cerca de R$ 263 mil) para os modelos de alto desempenho.
Falando de uma pista de corridas na cidade escocesa de Dunfermline, Geoff Hoon afirmou que o plano visa "estimular a ideia de que os veículos elétricos vão se transformar em parte do cotidiano, que as pessoas vão olhar ver que é igual a qualquer outro carro". Jay Nagley, analista da consultoria Spyder Automotive, afirmou que o anúncio é muito importante para a indústria automobilística, mas vê problemas no plano.
"O grande problema é que a próxima geração de carros elétricos inicialmente será muito cara para fabricar, os fabricantes afirmam que será o dobro do preço de um carro movido a gasolina", afirmou. "Sem subsídios ninguém vai comprá-los, então os fabricantes não poderão aumentar a produção e abaixar os preços."
No entanto, para o analista, a situação deverá melhorar no futuro e, até 2020, cerca de um quarto de todos os carros vendidos no Reino Unido poderão ser elétricos. "Eles não serão apenas elétricos, serão também híbridos, que podem funcionar por 65 km antes que o motor a gasolina assuma", afirmou.
(BBC Brasil /
Folha Online, 16/04/2009)