A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou nesta quinta-feira (16/04), em Brasília, mais 15 solicitações de liberação planejada no ambiente - para fins de pesquisa - de sementes geneticamente modificadas. O órgão, porém, não deliberou sobre a liberação comercial de outras variedades transgênicas, o que deverá ocorrer na próxima reunião do grupo, dias 19 e 20 de maio. Das 15 aprovações, 12 são variedades de soja, milho e algodão geneticamente modificadas desenvolvidas pela Monsanto. Duas aprovações de milho resistente herbicidas, a insetos e tolerante ao glufosinato de amônio e a glifosato são da Dow AgroSciences. E uma aprovação refere-se à cana-de açúcar com maior teor de sacarose desenvolvida pela Allelyx (comprada pela Monsanto da Votorantim Novos Negócios).
A CTNBio tinha em mãos 45 pedidos de liberação para pesquisa. Além dos 15 aprovados, outros seis foram retirados da pauta por falta de pareceres de cientistas independentes, procedimento padrão adotado pela casa. "O resto não votamos por falta de tempo", afirmou Walter Colli, presidente da CTNBio. Um dos assuntos discutidos na reunião de quinta-feira é a possibilidade de aprovar automaticamente experimentos iguais em locais diferentes. Segundo o presidente da CTNBio, é comum fabricantes enviarem vários pedidos de liberação para pesquisa de variedades idênticas, mas para cultivo em mais de uma localidade. "A lista só cresce e poderíamos ganhar tempo", afirmou Colli.
Há 12 pedidos de liberação comercial aguardando avaliação do comissão. De acordo com Colli, a Setorial Vegetal/Ambiente pediu diligência de dois desses pedidos - da Syngenta e da Bayer - , por terem sido considerados pouco documentados. Em março, a CTNBio aprovou parecer favorável à liberação comercial da quarta variedade de algodão transgênico no país. A semente resistente a insetos "Widestrike", desenvolvida pela Dow AgroSciences, precisará deterá que obter registro do Ministério da Agricultura para ser cultivada. Com a aprovação, sobe a 11 o número de produtos transgênicos autorizados pela CTNBio.
(Por Bettina Barros,
Valor Econômico, 17/04/2009)