A Corsan de Erechim vai realizar em nove dias, se não chover, um estudo sobre as reais condições do volume de água disponível no lago e sobre o ingresso do produto pelos rios Ligeirinho, Leãozinho e do Campo para saber até quando poderá suportar sem racionamento. Ontem, o nível já estava 1,62 metro abaixo do vertedouro. O que mais preocupa é o fraco ingresso de água no lago. Os três rios que formam a bacia de captação estão produzindo 50% da sua capacidade em situação de normalidade.
Rapidamente o leito está se transformando num pequeno córrego. Um dos pontos, logo após a junção dos rios do Campo e Ligeirinho, que antes tinha 50 metros de largura, agora mede pouco mais de 1 metro. De acordo com o gerente da Corsan no município, Flávio Perin, o consumo continua o mesmo. 'Ainda não foi possível sentir, através das leituras que fazemos nos hidrômetros, que houve uma redução no consumo', observou. A cidade consome, por dia, 22 milhões de litros. Os apelos para o uso racional do produto são feitos diariamente.
A última chuva que mudou as condições na bacia de captação da Corsan foi registrada no dia 27 de fevereiro. Quanto ao meio rural, o secretário de Agricultura, Eloir Griselli, é enfático. 'Se não chover até o fim do mês, vamos entrar em estado de calamidade pública.' O interior está sob decreto de situação de emergência, assinado em 1º de abril. Segundo Griselli, 50% das 2 mil famílias têm problemas graves de abastecimento de água para consumo e para as criações de suínos, aves e bovinos. A secretaria leva 100 mil litros de água por dia para a zona rural. De acordo com o secretário, já é possível falar em perda total das safrinhas de milho e feijão.
(Correio do Povo, 17/04/2009)