Estudo de ONG aponta que reforma de rodovia trará prejuízo. Intransitável, estrada é única ligação de Manaus com o Centro-SulConsultado a respeito do estudo da ONG Conservação Estratégica (CSF-Brasil) que aponta que a reforma da rodovia BR-319, que liga Porto Velho a Manaus, pode ter custo superior aos benefícios gerados pela obra, o Ministério dos Transportes enviou nota ao Globo Amazônia defendendo a importância da estrada para a região. “A BR-319 é a única ligação rodoviária entre os estados do Amazonas, Rondônia e Roraima rumo ao Centro-Sul do país. Esta rodovia é parte de importante corredor de transporte sul-americano, que conecta o Brasil aos portos do Pacífico”, afirma o ministério.
“Também é a única ligação rodoviária para garantir o trânsito e acesso da população que vive nos 62 municípios que formam o estado do Amazonas, não apenas à capital, como também entre as cidades [amazonenses]”, acrescenta. Oficialmente concluída em 1976, a rodovia, que corta um trecho de floresta ainda intocada, tem cerca de metade de seus 887 km intransitáveis. Sua reconstrução está prevista no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo, mas encontra resistência de ambientalistas que argumentam que a abertura para o tráfego pode criar uma nova frente de desmatamento.
CompromissoPara o Ministério de Transportes, a “BR-319 é um compromisso do governo federal com o desenvolvimento sustentável e a redução de impactos ambientais”, já que “está sendo projetada como estrada parque”. “Serão ao todo 21 programas visando diminuir as interferências sobre o meio ambiente em todas as fases do projeto, desde a implantação até a operação e manutenção da rodovia”, ressalta a pasta.
A nota informa que, ao longo da estrada serão demarcadas unidades de conservação em mais de 9 milhões de hectares de floresta. "Estão previstas cautelas com controle da circulação rodoviária, controle sanitário e da ocupação fundiária, por meio da criação de postos de fiscalização para proteção de toda a área de influência da rodovia”, conclui o ministério.
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Globo Amazônia, 15/04/2009)