Mais de 60% das amostras analisadas tinham índices de defensivos acima do permitido; morango e uva têm 30%O
pimentão foi o alimento que apresentou o maior índice de
irregularidades para resíduos de agrotóxicos em 2008. Mais de 64% das
amostras analisadas pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos
em Alimentos (Para) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), apresentaram problemas. O morango, a uva e a cenoura também
apresentaram índices elevados de amostras irregulares, com mais de 30%
cada.
No lançamento dos dados do Programa, nesta quarta-feira
(15/04), em Brasília, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão,
destacou a importância do trabalho da Anvisa no monitoramento de
resíduos de agrotóxicos em alimentos. “No Brasil, a segunda causa de
intoxicação, depois de medicamentos, é por agrotóxicos, o que tem uma
dimensão importante”, afirmou Temporão, em nota divulgada pela Anvisa.
Os
problemas detectados pelo Para foram teores de resíduos de agrotóxicos
acima do permitido e o uso de substâncias não autorizadas para
determinadas culturas. No balanço geral, das 1773 amostras dos
dezessete alimentos monitorados (alface, batata, morango, tomate, maça,
banana, mamão, cenoura, laranja, abacaxi, arroz, cebola, feijão, manga,
pimentão, repolho e uva), 15,28% estavam insatisfatórias.
A
cultura de tomate foi a que apresentou maiores avanços na redução do
índice de irregularidades. Em 2007, 44,72% das amostras de tomate
analisadas apresentaram resíduos de agrotóxicos acima do permitido. No
último ano, esse número caiu para 18,27%. P arroz e o feijão,
coletados pela primeira vez no Programa de 2008, apresentaram índices
de irregularidade de 3,68% e 2,92%, respectivamente. Juntamente com a
manga, batata, banana, cebola e maçã, esses dois alimentos apresentaram
os menores teores detectados.
Para reduzir o consumo de
agrotóxico em alimentos, a Anvisa recomenda que o consumidor opte por
produtos com origem identificada. O programa de análise funciona a
partir de amostras coletadas pelas vigilâncias sanitárias dos Estados e
municípios. No último ano, as amostras foram enviadas para análise aos
seguintes laboratórios: Instituto Octávio Magalhães (IOM/FUNED/MG),
Laboratório Central do Paraná (LACEN/PR) e Instituto Tecnológico de
Pernambuco (ITEP), nas quais foram investigados até 167 diferentes
agrotóxicos.
(
O Estado de S. Paulo, 16/04/2009)