No México, camponeses, comunidades indígenas e organizações da sociedade civil, que integram a Rede em Defesa do Milho, se posicionaram contrárias as ações do governo mexicano em permitir plantação de milho transgênico no País. No dia 6 de março de 2009, o governo liberou, através de um decreto presidencial, o cultivo de milho transgênico no México.
Através de comunicado, a Rede em Defesa do Milho mostra-se publicamente contrária a cultura de milho transgênico no país, pois considera um "crime histórico contra os povos do milho, contra a biodiversidade e contra a soberania alimentar, contra dez mil anos de agricultura camponesa e indígena que cultivaram essa semente para o bem de todos os povos do mundo". O comunicado está inserido dentro das programações do Dia Internacional da Luta Camponesa, celebrado no dia 17 de abril.
De acordo com o documento, o México é o país de origem e da diversidade do milho. Há mais de 59 tipos reconhecidos e milhares de variedades que poderão ser contaminadas pelos transgênicos. O milho também é o alimento básico da população mexicana e, segundo a Rede, já há estudos científicos que relatam danos na saúde de homens e animais que se alimentaram com produtos transgênicos.
"As variedades de milho transgênico que se propõe plantar no País não resolvem os problemas da agricultura mexicana: são mais caros, pois o custo das sementes e a licença são maiores que os cultivos convencionais; não aumentam os rendimentos: são iguais ou inclusive os diminuem, a menos que exista uma forte incidência de pragas que não são frequentes no México; utilizam mais praguicidas, pois emitem a toxina Bt constantemente, gerando mais resistência e pragas secundárias que devem ser controladas com outros praguicidas.", afirma o documento.
(Adital, 15/04/2009)