As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) divulgaram um comunicado em que lamentam a morte dos oito integrantes da comunidade indígena Awá, no dia 6 de fevereiro, provocadas por guerrilheiros, em meio às operações e manobras militares que o exército colombiano realiza no ocidente do departamento de Nariño, Colômbia.
Segundo as FARC, o exército "pressiona a população para utilizá-la como escudo ou como ponta de lança nas missões de maior risco, convertendo os civis em unidades de primeira linha na guerra". As FARC denunciam que isso é parte da estratégia uribista, "que engana com dinheiro pessoas dos setores mais pobres, esquecidos e necessitados do país".
"Nem o sucedido em Barbacoas no passado 6 de fevereiro, nem nada parecido, pode voltar a repetir-se", declara a carta do Secretariado da guerrilha. As FARC afirmaram ainda que delegaram três comandantes, com a missão de discutir conjuntamente com as comunidades até encontrar um cenário de mútuo respeito e compreensão.
"Os inimigos das reivindicações Awá de ‘legitimidade, autonomia, unidade, cultura, território, identidade e governo próprio’ são a oligarquia que representa Uribe com sua estratégia paramilitar de Segurança Nacional, de esquecimento, de abandono e exclusão, assim como os latifundiários e as políticas imperiais estadunidenses, os mesmos que têm feito de toda a Colômbia uma sociedade de abismais e crescentes diferenças", denunciam.
Em outro comunicado, dirigido a organizações indígenas do Cauca, a guerrilha reitera o chamado estabelecido no Programa Agrário dos Guerrilheiros, que determina às frentes que operam em zonas de população indígena atuar com respeito à organização autônoma das comunidades indígenas a seus cabildos, sua vida, sua cultura, sua lingual própria e sua organização interna.
"Milhões daqueles que conformamos os setores sociais da Colômbia agredidos pelas arrogâncias do poder, explorados de mil formas, violentados por fazendeiros, latifundiários e poderosos, temos a certeza que somente a confluência unitária e popular tornará possível uma Nova Pátria, onde caibamos todos, em democracia e com pleno respeito", destacam.
(Adital, 15/04/2009)