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vulnerabilidade a desastres chuvas e inundações deslizamentos
2009-04-15
Pesquisadores de todo o Brasil reuniram-se nesta terça-feira (14/04) em Florianópolis para discutir aspectos geotécnicos e geológicos dos deslizamentos ocorridos em Santa Catarina por conta das fortes chuvas que atingiram o Estado em novembro último. O workshop acontece no auditório da Epagri até hoje (15/04) e é promovido pelo Grupo Técnico Científico (GTC) criado pelo governo estadual para detectar causas e prevenir catástrofes naturais.

Os trabalhos tiveram início com um levantamento das catástrofes naturais ocorridas no Estado entre 1980 e 2007 feito pela professora Maria Lucia Paula Herrmann, da Universidade Federal de SC (UFSC). Em seguida a meteorologista da Epagri/Ciram Maria Laura Rodrigues demonstrou que os índices pluviométricos registrados na ocasião foram excepcionais, chegando a chover o equivalente a 600 mm em cinco dias e 1000 mm em novembro na cidade de Blumenau, quando a média histórica para a região naquela época do ano é de 150 mm mensais. Já é possível concluir que o sistema meteorológico que resultou nessa quantidade de chuva – popularmente conhecido como lestada – foi o mesmo que provocou outras cheias em 1995 na Grande Florianópolis e em 1974 na cidade de Tubarão. “Agora vamos estudar melhor esse sistema dentro do GTC”, informou a meteorologista

O professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Eduardo Dell´Avanzi, que também é membro da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos ( ABMS) abordou o tema “Do Fracasso ao sucesso – A Convivência com o risco da Engenharia em Santa Catarina”, apresentando um modelo de Plano de Gerenciamento de Riscos.

O palestrante Edson Tomazolli demonstrou uma metodologia para mapeamento das áreas de risco no Estado, lembrando que os deslizamentos de novembro ocorreram tanto em áreas de mata como em outras alteradas pelo homem. Já Fernando Marinho, também da ABMS, ressaltou em sua palestra a importância do monitoramento e da presença de profissionais capacitados para fazerem interpretações precisas destas informações.

Willy Lacerda (ABMS) mostrou as soluções possíveis com base em experiências bem sucedidas desenvolvidas no Estado do Rio de Janeiro e destacou a necessidade de se fazer um planejamento urbano rigoroso, paralelamente a uma política de assentamento da população mais pobre. As discussões foram encerradas com a palestra do professor da Fundação Universidade de Blumenau (FURB) que, ao tratar do tema “Maior Tragédia Geoclimática Brasileira” destacou que fortes chuvas e deslizamentos são processos naturais que continuarão a ocorrer, cabendo ao homem estudar forma de minimizar seus impactos. “É importante saber ‘ler’ os sinais da paisagem e entender os fenômenos ocorridos no passado”, recomendou.

A atividade segue nesta quarta, a partir das 8h30min, com a apresentação do levantamento georreferenciado dos pontos de deslizamentos ocorridos no complexo do morro do baú e da análise preliminar dos deslizamentos ocorridos no Estado em 2008, ambos feitos por pesquisadores da Epagri/Ciram.

Em seguida o Tenente Coronel Marcos de Oliveira, do Corpo de Bombeiros de SC, fala das dificuldades nas operações de resgates das vítimas em deslizamentos. Durante a tarde os participantes vão se dividir em grupos de trabalho para tratar da atualização do atlas de desastres naturais e definição e aplicação da metodologia de mapeamento das áreas de risco.

(Ascom Epagri/Ciram, 14/04/2009)

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